Pessoas que acompanham o blog, gostaria de fazer um rápido comentário sobre esse mês de férias e as postagens. Tivemos um bom número de interações com as publicações e isso é algo que motiva bastante, acredito que isso tenha se dado não só por ser período de férias, mas por ter tido uma abordagem diferenciada nas postagens: tivemos enquete, história em quadrinho, textos didáticos, respostas a comentários, boas indicações e um fluxo quase constante de postagens.
Contudo esse fluxo precisará ser reduzido, pois as aulas retornaram e o semestre será um pouco puxado, mas isso não quer dizer que as postagens irão parar. No máximo teremos poucas durante a semana, mas com a mesma qualidade ou melhor, e com temas flexíveis, então nem sempre ficará um tema claro, para isso estou pensando em uma solução.
Gostaria de pedir que não deixassem de nos acompanhar e de interagir com as postagens. Também gostaria de avisar que existe possibilidade da Universidade que estudo entrar em greve, ainda terá uma assembleia, mas isso já é algo que vem acontecendo em diversas Universidades Federais pelo país e caso aconteça aqui no Ceará todo o cenário de postagens do blog mudará, porque, em caso de greve, vou querer acompanhar de perto e, claro, repassar para vocês.
Não
deveria existir assunto proibido de conversar, principalmente aqueles mais
delicados. Com relação a esses precisamos aprender a falar sobre, mas não
deixar de falar e por isso foi fundamental falar sobre drogas ilícitas, por
existir todo um tabu em volta do assunto.
Esse
tabu e a falta de diálogo sobre o assunto trouxe e continua trazendo diversos
problemas, principalmente para as pessoas usuárias de alguma dessas drogas. O
tabu envolvido coloca a pessoa em uma situação marginal em relação a sociedade
transformando aquela pessoa em algo que precisa ser cada vez mais isolada do
convívio e essa prática de negação do outro torna-se perigosa quando esse outro
passa a ter um vício.
Chegamos
a um ponto que precisa ficar bastante claro. Não podemos mais tratar desse
assunto nas pautas de segurança pública, porque o vício é uma questão de saúde,
então não faz sentido investirmos de forma pesada em uma abordagem que não irá
funcionar de fato.
Note
que o “problema” não está em usar algo e sim em tornar-se viciado. Daí algumas
pessoas podem questionar o fato de que se ninguém usar, não teremos pessoas
viciadas e isso é verdade, concordo, contudo o vício está além das drogas
ilícitas, porque podemos nos viciar em qualquer coisa e não somente nas drogas
ilícitas.
Quando
resolvi falar do meu vício e questionei aqueles que estavam lendo qual seria
esse vício 7,14% falaram que sou viciado em maconha, 25% disse que sou viciado
em álcool, 7,14% acredita que meu vício seria o cigarro. Já grande maioria (60,71%)
disse que meu vício não era nenhum desses outros e daí diversos palpites surgiram:
internet ou vídeo game, ler, escrever, matemática, livros e diversas outras
opções. É muito bom tudo isso, mas meu vício é café.
Mas
estamos falando de café e não heroína, que mal tem de beber tanto café? Só o
fato de ser um vício já é um grande problema e para piorar a quantidade de
cafeína ingerida sempre está acima do recomendado, ou seja, estou exposto a um conjunto
de doenças que posso desenvolver. E por que não parar? Por não aguentar a dor
de cabeça e o estresse quando passo muito tempo sem tomar café, em outras
palavras, porque a abstinência é mais forte, então o meu problema não é de segurança
e sim de saúde, assim como todos os outros vícios. Válido lembrar que pesquisa recente aponta que pessoas estão se viciando em usar smartphone.
E
qual seria a solução para o tráfico? Muda a abordagem: descriminaliza,
legaliza, pensa em um projeto eficiente, não faz propaganda de droga nenhuma,
trata a pessoa viciada como uma pessoa doente, agora insistir em uma abordagem
que não está trazendo fazendo efeito positivo não faz sentido.
A
guerra às drogas só fez jogar dinheiro fora, criar repressão e dar mais margem
para o tráfico se expandir, então não faz sentido investir em algo que só fez
piorar o problema. Também precisamos entender que enquanto tiver alguém
demandando a droga, ela for ilegal e tiver um traficante para ofertar, teremos
tráfico. É até simples.