“Inspirado no texto que foi distribuído na aprendizagem
cooperativa no processo seleção de 2014 ( onde agradeço a Vivi que foi a
responsável por ceder o texto para nós do grupo T-09), eu resolvi fazer um
comentário sobre o que entendi de maneira mais densa e analítica do que o tempo
que nos fora dado proporcionou. Com o observar do texto eu pude entender que o
conceito de estudante foi alterado em relação ao conceito que eu fui inserido.
Ainda no colégio, me lembro de ouvir constantemente os conselhos e as
recompensas dadas como "agrado" para aqueles que se destacavam, e as
ofensas ditas aqueles que eram "desinteressados", turmas eram
formadas para os alunos mais inteligentes ( e não os mais sábios, epicuristicamente
falando ) e nelas se formava uma maquinagem no aluno, uma lavagem cerebral,
onde por vezes ele perdia a personalidade e era praticamente um estudante de
alta performance intelectual, mas de pequena ou nenhuma performance social.
Esse alunos eram bem vistos não pelas suas faces, mas pelo emblema do colégio e
pelo "azul" de seu boletim, eu tive oportunidades para participar
disso, e compartilho com vocês um pequeno evento em minha vida: Não me recordo
a série ou o ano em que isto ocorreu, mas me lembro de ter sido aprovado para a
segunda fase da olimpíada de física e astronomia. Era em um colégio particular
e eu fui "convidado" a ir para a prova fardado e vi o ambiente de lá,
o clima era muito ruim... eu não sabia se estava envolto de pessoas ou de
computadores...o ambiente era cinza, pesado, dolorosamente silencioso antes
mesmo de começar a prova, não havia um desejo de boa sorte tampouco um
cumprimento. os alunos olhavam com uma aspereza tão grande como se fossem leões
se enfrentando dentro de uma cela sem alimento.
Terminei minha prova, mas fiquei me sentindo
desambientado... sei lá eu gosto de me sentir parte de um projeto, de sentir
que ajudei alguma pessoa de alguma forma, eu acho que dividir conhecimento é a
melhor forma de aprender mais, e adotando essa postura individualista o aluno
fica fechado num conhecimento ilimitadamente limitado, o sistema tentou
derrubar essa concepção que eu tinha sobre ajudar as pessoas, até conhecer um
amigo que com poucos atos mostrava a fé nas pessoas e a vontade de ajudar elas pelo
simples prazer de fazê-las o bem. pouco a pouco esse lado que estava
desacordado em mim voltou a tona mais forte ainda, e bem nessa hora eu conheci
a aprendizagem cooperativa... Me disseram que seria algo árduo e na verdade o
processo seletivo pareceu mais um grande encontro com amigos, e nele eu pude
perceber que minha concepção não é errada e sim algo que tem o mesmo rumo da
aprendizagem cooperativa... a mutualização do saber. A aprendizagem cooperativa
me mostrou que estudantes de verdade vão muito alem de notas altíssimas... eles
tem a capacidade de se relacionarem ao outro, preocupando-se não apenas com o
que vai aprender e sim com o que vai ajudar. que estudantes de verdade vencem a
cada dia a batalha de decidirem se dedicar mais, não importando o cenário que
se encontrem, que percebem que são um átomo de uma molécula, estudantes que não
baixam a cabeça para as dificuldades e que encontram , nos seus momentos mais
baixos, a força e a garra para se levantar e seguir em frente, que não vejam um
obstáculo como o fim de uma ponte e sim como um morro que o guiará para uma
visão mais esplendorosa do saber e de valores mais concisos de amizade e
fraternidade, que tenham a humildade e nobreza de não levantarem bandeira para
si e sim para o conjunto todo. Esse é um estudante ideal...esse estudante
embora idealizado não é construído de uma formula, pois o objetivo da
aprendizagem cooperativa não é criar um ser perfeito, mas sim adaptar as
fortitudes e falhas de cada um para uma anulação máxima das falhas do grupo e
uma potencialização de sua capacidade total, esses estudantes precisam também
admitirem como pilar mais básico não o estudo em si mas a fraternidade de se
preocupar e ajudar o colega ao lado que algumas vezes só precisa ser escutado.
alem disso esse estudante deve saber desenvolver uma esfera de descontração,
não que isso seja forçado, pois seguindo a ideia de gostar do grupo, de
conhecer cada um melhor, a amizade flui naturalmente, sem a necessidade de se
forçar nada... esses estudantes não estão exatamente nas turmas especiais, ou
em pontos estrategicamente bem planejados, esses estudantes são simples,
carregando toda a simplicidade do ser, esses estudantes que todos nós
precisamos são os alunos que agarraram o conhecimento sem se deixar viver.
Esses estudantes são simplesmente, humanos!”
José Valdenir de Oliveira Junior (Deni)