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Quando paramos
para refletir sobre os problemas atuais da nossa sociedade vemos que muitos são
decorrentes das correntes de pensamento individualistas que estão presentes em
nosso meio e quando notamos isso temos o impulso de culpar essas ideologias, porém
é necessário fazer uma reflexão mais profunda sobre o nosso meio.
Podemos encarar
cada ideologia como um meme, “uma
unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais
onde a informação é armazenada (como livros)” fazendo referência a Richard
Dawkins, e essas ideologias que predominam atualmente e proporcionando esse
individualismo existem há muito tempo nesse planeta e ao longo desses anos de
existência tornaram-se cada vez mais complexas e fortes, o que dificulta a
mudança de pensamento, porém não a torna impossível.
“O ser humano pode somente ser
reformado mostrando-lhe uma ideia nova que supere a antiga e traga comandos
próprios.” — Ralph Waldo Emerson
É preciso fazer
uma quebra na nossa forma de pensar e encarar as situações, mas qual seria o momento
ideal para fazermos tal mudança? Talvez a resposta não seja fácil ou
compreensível, porque não é possível “implantar” uma ideia em alguém, a pessoa
é que tem que compreender aquilo e a partir daí ser capaz de construir uma nova
forma de ver, o próprio indivíduo é que tem que ser o agente da sua mudança.
Boa parte da
nossa percepção e forma de pensar é consequência das nossas interações em
sociedade. Passamos boa parte da nossa vida, ou pelo menos éramos para passar,
dentro de uma escola e é lá que temos a maio parte das nossas interações,
porque até boa parte das interações entre os amigos fora do ambiente escolar vêm
do ambiente escolar, por isso as metodologias adotadas pelas instituições de
ensino tornam-se essenciais na construção do modo de pensar do ser humano.
Porém,
infelizmente, a maior parte das instituições de ensino se utilizam de
metodologias onde o aluno torna-se apenas um receptor do conhecimento e não um
agente gerador de conhecimento. Para sustentar esse tipo de metodologia o aluno
tem que aceitar que não é capaz de proporcionar conhecimento e que apenas seu
professor é capaz de tal, desse modo colocando o professor em uma posição
superior ao do aluno. Assim as escolas criam uma hierarquia que vai refletir até
entre os estudantes.
Colocando o
professor nesse posto de superioridade faz com que o discente enxergue o
“superior” como alguém que “sabe mais” e os métodos de avaliações escolares
tentando quantificar o aprendizado de modo que pensem que isso é sabedoria e
reduzindo sabedoria a apenas números faz com que os alunos entre si comecem a
pensar que quem sabe mais é quem tem a maior nota, desse modo eles se
hierarquizam entre si. Essa situação vai se repetindo durante toda a vida
escolar e acaba se propagando em toda a sociedade.
A metodologia
escolhida pelas escolas tornasse um dos fatores fundamentais para manter o
individualismo, por isso é nesse ponto que precisamos começar a atuar para
pensarmos em causar alguma mudança na forma de percepção.
As instituições
de ensino precisam pensar em metodologias que levem em consideração a
cooperatividade e a realidade do aluno. Pensando nisso as metodologias de
Aprendizagem Cooperativa surgem como propostas de metodologias que podem ser
escolhidas pelas instituições para proporcionar um aprendizado diferenciado.
Um dos focos da
aprendizagem cooperativa é justamente a interação entre grupos heterogênios o
que permite que cada aluno possa compartilhar sua experiência de vida e
conhecimentos diferenciados e isso auxilie o outro aluno desse grupo, que
também vai compartilhar suas experiências.
Esse grupo
cooperativo consegue criar uma teia de interação onde os participantes
tornam-se interdependentes entre si (interdependência positiva) e permite que o
aluno consiga se enxergar como alguém capaz de proporcionar conhecimento ao
mesmo tempo em que recebe. O professor sai da sua posição de superioridade e no
mesmo patamar que o aluno, mais próximo dele, consegue compreender melhor a
realidade do estudante tornando-se um facilitador do conhecimento ao invés da
pessoa que tem total domínio sobre o conhecimento. Desse modo até o docente é
capaz de adquirir mais conhecimento através das experiências dos seus alunos.
Assim proporciona
que a nova maneira de interação durante todo o período escolar se reflita na
vida fora dela. A pessoa terá uma nova postura diante das situações, o
individualismo já não será algo tão presente e ela tentará buscar a
cooperatividade, porque se torna comum na vida dela e, talvez, uma postura que
ela considerará ideal.
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