O ano mal começou e já estou vendo coisas não muito
interessantes, temos aí pouco mais de 2 meses de ano e, de fato o ano só
começou depois do carnaval. As precarizações na educação de uma forma geral
continuam, a passagem do ônibus aumentou, os prazos para os envios de trabalhos
já estão acabando, as bolsas de permanência universitária na UECE diminuíram
(eram 900, passou para 1.200 e a agora só tem 500 bolsas), minha bolsa continua
atrasada como sempre, violência na cidade para quem quer e para quem não quer,
e até intervenção militar teve e estamos em 2018 não em 1964.
Como disse no começo do texto o ano tá muito “bugado”,
aliás desde o presidente vampiresco invadiu o poder por meio de um golpe as
coisa estão desse modo, (des)reformas indo para votações em Brasília, reforma
da previdência, do ensino médio, ajustes fiscais, aumento de salários para os
parlamentares e tudo o que há de bom para o Estado (que Estado?), para a
família (que família?) e para a economia (que economia?).
Ontem foi um dia em que fui ao posto de saúde
tentar marcar uma consulta para março (sim para o próximo mês). Tive que
madrugar e sair de casa quase as 5:30 da manhã (sendo que o atendimento ao
posto só inicia-se as 7:00 da manhã) e andar pelas ruas calmas da minha
quebrada do Jardim União. Chagando ao posto de saúde já tinha pessoas na fila,
idosos, crianças, e pessoas no geral. Quando a jovem que entrega a senha chega
ela avisa logo:
-“AS MARCAÇÕES DE CONSULTA PARA O PRÓXIMO MÊS
AINDA NÃO ESTÃO ACONTECENDO”
Depois dessa informação as pessoas começaram a
ir para as suas casas, mas eu e outras três senhoras fomos indagar essa
informação, chegando na jovem ela pega e fala:
“Só estamos atendendo casos graves pois só
temos um médico.”
Fico me perguntando que caso sérios seriam
esses, a pessoa tem chegar lá quase morrendo, né?
Outra coisa que me chamou muito a atenção nesse
início de ano bugado, foi a intervenção militar no Rio de Janeiro. Gente
estamos em 2018 e ouvi de pessoas que essa foi a melhor saída. Se atentarmos um
pouco para a história do Brasil ou da América Latina, percebe-se que
intervenções militares fazem é derramar mais sangue, “masss” não qualquer
sangue, esse tem classe social e cor, esses plasmas, hemácias, leucócitos e
plaquetas, são de pessoas negras, e LGBTs que por coincidência sua maioria
moram nas periferias. Aí você pode fazer a pergunta? “ Mas o crime organizando
não está dentro das periferias? Certo, mas as organizações criminosas não estão
apenas na perifa, essas organizações estão nas mais diversas classes sociais.
E o fato em que me deixou com mais raiva,
aconteceu no numa cidade do interior do Estado do Ceará, Icó, onde uma
prefeita, Laís Nunes, (que seu marido já foi prefeito da mesma cidade) decidiu
juntamente com os vereadores diminuir pela metade o salários do professores
assim como sua carga horária, com a justificativa de redução de gastos, e o
professores e professoras foram na câmara municipal para protestar sobre o
ocorrido, mas de uma forma arbitrária foram recebidos com spray de pimenta no
rostos e armas apontadas para os mesmos. Esse fato lembra o que aconteceu aqui
e Fortaleza na greve de 2011 dos professores onde esses foram agredidos pela
guarda municipal. Aí eu deixo aqui o comentário de uma amiga minha: “a guarda
municipal responde ao prefeito, então quem foi que mandou? Reflitam.
Todo apoio aos professores e professoras do Icó! vai ter luta!
E para finalizar nem reuniões de estudo nas
Escolas podemos fazer, porque até ali a polícia está nos vigiando e perguntando
de qual partido nós somos.
Corte nos orçamentos, intervenção militar,
agressão e perseguição aos professores, em que ano nós estamos 1964 ou 2018?
.
foto: fetamce.org.br
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