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EVILÁZIO BEZERRA / O POVO |
Levantamento do Conselho de
Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam) mostra que Fortaleza é o município
cearense que mais gera resíduos sólidos: 5.876,69 toneladas/dia. Desde 1997, o
lixo da Capital é descartado no Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de
Caucaia.
“Os materiais recicláveis
coletados em ações de educação ambiental e pela coleta seletiva da Prefeitura
são encaminhados para Rede de Catadores. São 14 associações de catadores na
cidade, com aproximadamente 350 catadores”, informa Águeda Muniz, titular da
Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).
É um começo, em um longo caminho
de mão dupla. As responsabilidades de produção e descarte do lixo envolvem o
poder público e cada cidadão. “A conscientização ambiental quanto à segregação
dos resíduos, objetivando uma eficiente coleta seletiva e a potencialização da
logística reversa”, aponta Águeda, os desafios cotidianos.
Interior
Já no Interior, “98%, 99% do
Estado não conseguiu avançar na Política (de Resíduos Sólidos)”, diz José
Eraldo Oliveira Costa, superintendente da Autarquia Municipal do Meio Ambiente
de Juazeiro do Norte. “Os municípios não têm condição de fazer os aterros e de
operacionalizar. Essa é a grande questão”, argumenta.
Na edição de ontem, O POVO
mostrou que o prazo para o fechamento dos lixões no Brasil, fixado em lei
federal, termina em agosto próximo, mas ainda há mais de 280 lixões somente no
Ceará.
Juazeiro, na região do Cariri, é
o terceiro maior produtor de lixo do Ceará, revela o levantamento do Conpam.
Eraldo Costa afirma que o município está criando uma gerência de resíduos
sólidos e tem organizado cooperativas de catadores e “dado algum suporte, ainda
que irrisório: um caminhão, treinamento”. Mas que as cidades não podem pagar a
conta da infraestrutura e manutenção de um aterro sanitário. “A proposta do
governo é que seja um aterro sanitário consorciado. O problema é que não foi
discutido como seria esse consórcio”, critica.
Por e-mail, a assessoria de
imprensa da Secretaria das Cidades responde que “de acordo com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos toda responsabilidade é do ente municipal.
Contudo, o Governo do Estado tem se dedicado a essa questão no papel de
articulador das prefeituras para que se formem consórcios municipais para gestão
dos aterros”.
“Os consórcios (reunindo
prefeituras) desenvolvidos com o apoio da Secretaria das Cidades, podemos
considerar como avanços. Encontra-se em fase de elaboração o Plano Estadual de
Resíduos Sólidos”, assinala Maria Dias Cavalcante, do Conpam. Mas falta a prática
correta da lei, a gestão eficiente. “Contamos somente com seis municípios com
aterros sanitários, entretanto, ainda mandam para o aterro todo tipo de
resíduos, inclusive, os que poderiam estar sendo fonte de renda para muitas
famílias”, contrapõe.
Saiba mais
Os dez municípios que mais geram
resíduos sólidos no Ceará
1) Fortaleza – 5.876,69
toneladas/dias
2) Caucaia – 1.032,03
toneladas/dia
3) Juazeiro do Norte – 926,59
toneladas/dia
4) Maracanaú – 379,99
toneladas/dia
5) Crato – 238,28 toneladas/dia
6) Quixeré – 206,05 toneladas/dia
7) Iguatu – 183,34 toneladas/dia
8) Maranguape – 158,44
toneladas/dia
9) Quixadá – 145,84 toneladas/dia
10) Pacatuba – 128,21
toneladas/dia
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