Feliz
natal para todos e que a alegria do natal não permita que vocês deixem de
gostar do blog depois desse texto. Sim, será um texto sobre o natal, mas não
sei se será um texto tão feliz. Entendo e concordo que é um período de
felicidade, porém, acima de tudo, deveria ser um período de reflexão.

Olhando
um pouquinho do lado humano de Jesus temos um bebê que nasce em uma manjedoura cercado
por animais e socialmente cercado por conflitos e interesses políticos, ou
seja, de uma forma bem simples. Jesus cresce ao lado de seus pais e amigos já
predestinado para uma missão dada por Deus, seu pai (acho que biológico ficaria
estranho), mas durante sua preparação ele sempre mostrou algo diferente de
muitas pessoas.
Ao
seu lado encontramos todo tipo de pessoa, desde as “boazinhas” aos desonestos,
o rico e o pobre, a pessoa sã e o doente, a pessoa que foi esquecida e
humilhada até o mais lembrado que sempre é exaltado. Jesus sempre esteve ao
lado de todos e fazia algo que poderia espantar muita gente hoje, conversava,
cumprimentava, comia e conseguir ser feliz ao lado do “pior” de cada pessoa.
Mostrou compaixão, carinho e bateu de frente com diversos valores grudados na
sociedade.
Como
era filho de Deus e teve uma boa educação dos seus pais aprendeu que devia
valorizar as pessoas. Entretanto ele foi além e valorizou o lado humano das
pessoas, é como se todos pudessem conhecê-lo e ele doar um pouco de si para
cada pessoa, seria bonito se terminasse assim. Contudo isso não iria agradar a
todos.
Um
grupo que era favorecido com o que estava antes de Jesus se enfureceu e
conseguiu fazer com que ele fosse crucificado. Esse era o plano... Jesus vai,
mas deixa seus seguidores para construir suas comunidades e difundir seus
ideais e valores.
Isso
passou até chegar aqui e agora. Deixemos Jesus descansar um pouco e vamos
contar a história de outra pessoa. Chamaremos esse segundo de Sicrano, se
quiser pode ler Beltrano também.
![]() |
http://bit.ly/1H0zw62 |
Sicrano
ou Beltrano tem uma mãe que era muito humilde e nova; seu pai, desconhecido,
mas um homem bondoso que conheceu a mãe de Sicrano ajudou a cria-lo. Sicrano
cresceu ao redor de animais, ratos e cachorros, e cercado por diversos
conflitos sociais; nasceu em um hospital apenas porque tinha que nascer, mas
ainda cedo estava em nos braços da mãe em uma escadaria qualquer de uma igreja.
Sicrano
cresce em uma sociedade cercada de preconceito, mas no decorrer de sua vida vai
fazendo amizade com os gatos e cachorros da rua, alguns outros Sicranos fazem
amizade com ele e o seguem. Ele e seus amigos são boas pessoas, até porque uma
pessoa boa ou ruim é algo tão relativo, lembre-se que Jesus era uma pessoa ruim
para a elite que ele enfureceu, não ia ser diferente com Sicrano.
Contudo,
Sicrano e seus amigos também iriam irritar algumas pessoas. Como o grupo fica
muito próximo da igreja sempre perambulando entre a escadeira e a praça, geralmente
quem se incomodava com sua presença eram aqueles que subiam as escadarias do
templo. Não gostavam dele só de olhar e toda vida que Sicrano tentava falar
sempre alguém falara com grosseria. Aqui ou aculá alguém o ouvia, mas certeza
ouvi-lo era os amigos do grupo.
O
que será de Sicrano? Não sei... não sei se ficará revoltado com tanto
preconceito que sofre, não sei se será assassinado ou morrer de alguma outra
causa, não sei se ele conseguirá sair dessa vida e mudar completamente. Sei que
ele irá influenciar seu grupo, mas o que serão deles também não sei.
O
irônico é que diversos Sicranos por aí podem estar passando exatamente por isso
enquanto aqueles da escadaria estarão no conforto do lá com suas famílias
celebrando o nascimento de Jesus, enquanto não notam que fazem com diversos
Sicranos, Beltranos e Fulanos, algo que fizeram parecido com o aniversariante.
Aí
posso ser questionado: como comparar um garoto de rua a Jesus Cristo? Apenas
estou mostrando alguns pontos em comum de suas histórias, porque sabemos que
vão muito além do que isso, mas não podemos deixar de comentar que é algo
irônico a postura de algumas pessoas.
Então
que esse natal não seja simplesmente um momento para trocarmos presentes,
reunirmos a família e comer. Lembremo-nos daqueles que não poderão fazer nada
disso e que de presente queriam apenas um lar para dormir, um abraço ou quem
sabe apenas ser ouvido. E que não fiquemos apenas na lembrança dessas pessoas,
que possamos realmente mudar de atitude e fazer algo diferente.
Não
precisa dá esmola, sair distribuindo comida ou algo do tipo, porque sei que nem
todos tem condição, mas basta olharmos o outro com um olhar diferente, um olhar
humano.
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