Como alguns sabem
ou leram em outro texto do blog, eu tive a oportunidade de fazer parte do
Parlamento Infanto-Juvenil Cearense e fui nomeado Dep. Estadual Jovem por um
tempo e nesse período eu apresentei um projeto de lei.
Na época as
pessoas diziam muito que eu não ia fazer nada, porque político não faz nada,
então eu apresentava a ideia do meu projeto e é isso que vou fazer agora, falar
sobre o projeto de lei que apresentei aos parlamentares.
Basicamente a
minha ideia era transformar um projeto de educação ambiental desenvolvido na
escola Adauto Bezerra pelo GEMA (Grupo de Estudos do Meio Ambiente). O projeto
desenvolvido pelo grupo se chama “Acerte o cesto” e tem como objetivo analisar
o consumo e o descarte do papel na escola.
Em cada sala existem
cestos específicos para o depósito do papel e os alunos são orientados para
fazer o descarte do papel nesses cestos sem amassar o papel, pois isso
dificulta a reciclagem. Também são orientados sobre o consumo do papel na
escola.
O papel é recolhido
pelos membros do grupo e armazenado em uma sala para posteriormente ser pesado
e enviado para uma empresa recicladora e é possível ver a mudança de alguns
alunos quando estão adaptados com o projeto. Em algumas salas diminui a
quantidade de papel descartado ou são descartados com mais condições de
reciclagem. Por isso levei a ideia para a assembleia.
O meu projeto
falava sobre a obrigatoriedade de cestos específicos para o depósito do papel
em todos os órgãos públicos estaduais e o papel descartado deveria ser
destinado para empresas recicladoras. Esse projeto de lei se resumiu em quatro
artigos.
No primeiro
artigo a lei tornava obrigatório o uso dos cestos para descarte do papel. O
segundo artigo obrigava a destinação do mesmo para empresas recicladoras. O
terceiro artigo foi o mais pensado, dizia que 50% do papel reciclado deveria
retornar para o mercado nacional para poder incentivar o comércio de papel
reciclado dentro do país, porque não adianta reciclar o papel e permitir que
boa parte dele seja exportado, afinal se isso acontecer, teremos que derrubar
mais árvores, então o terceiro artigo vinha justamente para evitar esse tipo de
problema. No quarto artigo a lei dava um ano para aquisição dos cestos e para
adaptação dos funcionários, a partir daí ela entraria em vigor.
A justificativa
para pensar em uma lei falando sobre o papel é bem simples. Segundo a Bracelpa
(Associação Brasileira de Celulose e Papel) nos últimos dez anos, o país
aumentou sua produção em 27%, com crescimento médio de 2,7% ao ano, só em 2010
o país posicionou-se como 10º maior produtor mundial de papel e, em 2011,
produziu 9,9 milhões de toneladas do produto. Essa produção acaba gerando uma
grande quantidade de lixo sem falar que a produção de papel está entre as que
mais utilizam água, são necessários 540 litros para produzir um quilo. E para
cada tonelada de papel virgem, doze árvores são derrubadas, segundo o Instituto
Akatu.
A reciclagem do
papel seria a medida mais eficaz para diminuir o grande consumo de água e a
derrubada de árvores, por isso, eu propus que todos os órgãos públicos
estaduais tenham cestos específicos para colocar o papel e que esse papel seja
destinado a reciclagem assim atendendo a alguns objetivos descritos no Art. 7º
da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Depois eu tive a
grande felicidade de saber por um amigo, que também era Dep. Estadual Jovem,
que meu projeto tinha sido aprovado pelo Parlamento Jovem e iria ficar guardado
na Assembleia Legislativa para caso algum deputado goste da ideia e resolve
encaminhar o projeto de lei para aprovação dos deputados da assembleia.
Um tempo depois
eu tive a infelicidade de descobrir que já existia um projeto de lei similar ao
meu já aprovado, mas o que me deixou triste não foi saber que o meu projeto não
teria mais chances de ser aprovado e sim de que a lei que existe foi aprovado
em 1995 e não está sendo colocado em prática.
No site da SEMACE
tem a lista dos órgãos que deveriam ter os cestos e pra minha surpresa a Assembleia
Legislativa também deveria ter os cestos, mas não tem. Na verdade, não me
lembro de ter visto esses cestos em nenhum órgão citado que eu conheça. Isso é
uma verdadeira vergonha, porque a política nacional de resíduos sólidos foi aprovada
em 2010 e até hoje nada foi feito no Ceará para atender aos objetivos da
política, nem mesmo esse brilhante decreto.
Gostei bastante do texto,do tema abordado,mas acho que você deveria repetir menos o "eu","tu" dá pra saber quem é a pessoa pela conjugação do verbo,pra evitar repetição de palavras.
ResponderExcluir-Mayla
É verdade, é verdade...você está completa de razão. Era pra ter sido feito uma revisão antes de ser postado...
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