Érico Firmo |
Mudanças bruscas de estratégia em campanhas eleitorais não
ocorrem por acaso. As grandes coligações gastam quantias significativas na
realização de pesquisas e acompanham meticulosamente as alterações no humor dos
eleitores. Inclusive, são feitas medições dia a dia para captar logo as
oscilações e agir para contornar crises ou aproveitar chances de avançar. Na
sexta-feira passada, a campanha de Eunício Oliveira (PMDB) já adotou postura
muito mais agressiva em relação à administração de Cid Gomes (Pros). Abandonou
o estilo adotado até então, de críticas até leves e muitas propostas. Partiu
para a ofensiva direta. O tom do programa, antes leve, voltado para a
trajetória do candidato e suas propostas, ganhou contornos mais graves. O
primeiro alvo foi a segurança pública. A mudança de comportamento era o
prenúncio do que a pesquisa O POVO/Datafolha revelaria ontem pela manhã e do
que o Ibope confirmou na noite de ontem.
O momento é evidentemente difícil para a campanha
oposicionista, mas o cenário mais provável, hoje, permanece sendo de vitória de
Eunício no primeiro turno. Porém, mais uma semana de crescimento de Camilo
Santana (PT) neste ritmo e os dois praticamente empatam. Para o peemedebista, é
preciso reverter a tendência.
Com mais de um mês até a eleição, é sempre um risco a
decisão a se tomar. É hora de partir para o tudo ou nada? Vale à pena arriscar,
com o perigo de perder tudo? Afinal, Camilo tem subido muito, mas Eunício caiu
proporcionalmente pouco. No Ibope, apenas oscilou, dentro da margem de erro. A postura
mais agressiva tenta tirar votos do adversário, mas corre o risco de aumentar a
própria reação. Por outro lado, não dava para o peemedebista assistir parado ao
avanço do candidato governista. As últimas horas seguramente devem ter sido de
muita dor de cabeça no comitê do líder das pesquisas para decidir qual o rumo
seguir.
Érico Firmo
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