terça-feira, 15 de abril de 2014

Apreciando Fortaleza através de um poema

Brasão de Fortaleza
Originalmente essa parte do blog é destinada para apresentar charges e permitir que os leitores tirem reflexões sobre elas, porém, dessa vez, vou fugir um pouco da rotina e trazer para todos um poema e juntos apreciarmos essa bela construção que não foca apenas no litoral de Fortaleza, mas toca exatamente naqueles pontos que mencionei no primeiro texto da semana:


Poema para Fortaleza – Roberto Pontes

Em Fortaleza amo as coisas que não passam.
A molecada a jogar cabiçulinha
roendo milho, empinando uma arraia
dando fieira para o giro dos piões.
E amo do Forte sua fortitude
e o Mercado de São Sebastião.
Amo o velho Farol do Mucuripe
e as jangadas com os peixes da manhã.
E o cruzeiro de Soares Moreno
posto na lama do Rio Ceará.
Amo o Cocó, bela imitação de rio
que pescadores miseráveis aleitou.
De Fortaleza amo as carnaúbas
o vento aracati e os sanhaçus
a Igreja do Rosário dos cativos
a Volta da Jurema com broche de coral
e o Passeio Público, também Praça dos Mártires,
cheia de heróis, de execuções, de horror.
E mais, bem mais posso dizer, pois amo
de Fortaleza as coisas que não passam
por teimosia, só por teimosia,
com suas línguas de rebelião!

Fonte: http://www.revistadeletras.ufc.br/rl27Art09.pdf


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