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na manhã de quarta-feira saímos de Fortaleza – CE com o destino de São
Cristovão – SE. Com a previsão de 14h de viagem sabia que iria ver muita coisa
na estrada, não só pela duração, mas por eu conhecer quase ninguém que viajava
comigo, então recolhido em minha poltrona fiquei esperando o que a estrada iria
mostrar, contudo não imaginava que iria mostrar um texto.
Passando
por Aracati seguimos para sair do Estado do Ceará e ainda sobre o sol que
assolava a estrada paramos para almoçar em Mossoró – RN. Deste local temos um
ponto bastante interessante, quase todos os restaurantes da estrada são do Rio
Grande do... Sul! Sim, restaurantes gaúchos em terra potiguar. E interações
acontecem.
Animação
segue com o grupo por estradas que foram construídas para facilitar o comércio,
desbravar os sertões, exaltar governos, sejam militares ou eleitos
democraticamente, e diversos outros motivos que fogem dado meu pouco
conhecimento. O que teriam ocorrido nessas vias?
Entre
algumas paradas, paramos em Caicó – RN com o intuito de fazer um rápido lanche,
mas essa não é uma informação tão relevante dado toda a viagem que teríamos
pela frente e o texto que estava a se construir. Mais interações ocorrem.
Segue-se
viagem subindo planaltos enquanto o sol vai se pondo. Fazendo um efeito
incrível com o brilho da estrela a vegetação característica do Nordeste chamava
a atenção. Naqueles galhos com poucas folhas era possível ver toda sua beleza
se notássemos a região a qual pertence. Plantas que aprenderam a viver e coexistir
com um ambiente quente; plantas que resistem as supostas adversidades e mostram
sua real força e beleza assim como o povo nordestino. Podemos notar nelas as
características atribuídas as pessoas que compõem o Nordeste.
Entre
algumas paradas seguimos cortando, ou melhor, costurando os Estados. Passando
por Soledade – PB, Campina Grande – PB e Queimadas – PB a viagem seguiu. Já no
breu da noite quase nada era possível ver, contudo, pouco antes de passarmos
por Queimadas, era possível ver uma grande estrutura de concreto totalmente
iluminada. Um presídio. Sua iluminação chamava atenção em relação a escuridão
da noite. Enquanto estávamos cansados dentro de um ônibus confortável ali
estariam pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades e foram empurradas
para um destino que as jogou naquele espaço no meio do nada isolado. Tão
excluídos que é difícil imaginar que conseguirão ressocializar, mas ainda há
quem acredite que essa é a melhor saída.
Depois
de mais algumas paradas e um café quente para passar a dor de cabeça a viagem
segue sem parar. Só me restou deitar na poltrona e olhar para a escuridão onde
somente a lua tinha destaque e lentamente adormecer até chegar São Cristovão ou
Aracaju, ambos em Sergipe, e termos mais interações e assim seguiu...
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