sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Um olhar: do Ceará à Sergipe

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                Logo na manhã de quarta-feira saímos de Fortaleza – CE com o destino de São Cristovão – SE. Com a previsão de 14h de viagem sabia que iria ver muita coisa na estrada, não só pela duração, mas por eu conhecer quase ninguém que viajava comigo, então recolhido em minha poltrona fiquei esperando o que a estrada iria mostrar, contudo não imaginava que iria mostrar um texto.

                Passando por Aracati seguimos para sair do Estado do Ceará e ainda sobre o sol que assolava a estrada paramos para almoçar em Mossoró – RN. Deste local temos um ponto bastante interessante, quase todos os restaurantes da estrada são do Rio Grande do... Sul! Sim, restaurantes gaúchos em terra potiguar. E interações acontecem.
                Animação segue com o grupo por estradas que foram construídas para facilitar o comércio, desbravar os sertões, exaltar governos, sejam militares ou eleitos democraticamente, e diversos outros motivos que fogem dado meu pouco conhecimento. O que teriam ocorrido nessas vias?

                Entre algumas paradas, paramos em Caicó – RN com o intuito de fazer um rápido lanche, mas essa não é uma informação tão relevante dado toda a viagem que teríamos pela frente e o texto que estava a se construir. Mais interações ocorrem.
                Segue-se viagem subindo planaltos enquanto o sol vai se pondo. Fazendo um efeito incrível com o brilho da estrela a vegetação característica do Nordeste chamava a atenção. Naqueles galhos com poucas folhas era possível ver toda sua beleza se notássemos a região a qual pertence. Plantas que aprenderam a viver e coexistir com um ambiente quente; plantas que resistem as supostas adversidades e mostram sua real força e beleza assim como o povo nordestino. Podemos notar nelas as características atribuídas as pessoas que compõem o Nordeste.
                Entre algumas paradas seguimos cortando, ou melhor, costurando os Estados. Passando por Soledade – PB, Campina Grande – PB e Queimadas – PB a viagem seguiu. Já no breu da noite quase nada era possível ver, contudo, pouco antes de passarmos por Queimadas, era possível ver uma grande estrutura de concreto totalmente iluminada. Um presídio. Sua iluminação chamava atenção em relação a escuridão da noite. Enquanto estávamos cansados dentro de um ônibus confortável ali estariam pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades e foram empurradas para um destino que as jogou naquele espaço no meio do nada isolado. Tão excluídos que é difícil imaginar que conseguirão ressocializar, mas ainda há quem acredite que essa é a melhor saída.

                Depois de mais algumas paradas e um café quente para passar a dor de cabeça a viagem segue sem parar. Só me restou deitar na poltrona e olhar para a escuridão onde somente a lua tinha destaque e lentamente adormecer até chegar São Cristovão ou Aracaju, ambos em Sergipe, e termos mais interações e assim seguiu...





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