Primeiramente
tenho que dar algumas explicações para todos que acompanham o blog. Durante o
período da Copa do Mundo a estrutura que todos estão acostumados a ver estará, tecnicamente,
desfeita, porque o contexto do evento não me permite planejar de forma precisa
como organizar a linha de pensamento das postagens. Não estou dizendo que vou
fazer um trabalho aleatório, mas que vou eleva-lo para um contexto maior e que
a ordem dos acontecimentos é que irá conduzir a linha de pensamento.
Então...
a Copa começou. Não só vai ter Copa como está tendo e podem se preparar para
ver algumas pessoas utilizando esse discurso contra as pessoas que se
manifestam, porém esse é um discurso muito fraco, porque está acontecendo a
Copa e estar acompanhando o evento não impede que a pessoa construa uma opinião
reflexiva sobre tudo e também se manifeste.
Foto: Deivyson Teixeira / O POVO |
As
manifestações vão além da Copa do Mundo. Diversos grupos sociais estão se
articulando nesse exato momento para levar suas ideias para as ruas e daí você pode
ter certeza que encontrará movimento pedindo melhorias na educação, saúde,
segurança, valorização maior da cultura e maior preservação ambiental. Nesse
último ponto é válido ressaltar que quando o Brasil foi escolhido para ser sede,
no discurso falaram muito em respeito ao meio ambiente, o que de fato não
ocorreu.
Entendemos
meio ambiente através da visão sistêmica, por isso até as famílias que foram
retiradas das suas residências, retiradas com violência vale lembrar, fazem
parte do debate ambiental. Isso sem falar que todo o movimento que os jogos do
evento irão gerar trarão grandes desgastes para o nosso meio ambiente.
...
Mas
o primeiro jogo ocorreu hoje e os primeiros indícios de manifestações surgiram,
timidamente, porém válidos. O primeiro foi a “grande” vaia no estádio para a
presidente Dilma. Vamos pensar um pouco sobre essa vaia, principalmente se você
achou a coisa mais linda do mundo.
As
vaias ocorrerem, ou começaram, na área vip
do estádio. Lá, com toda certeza, estava presente pessoas da nata da sociedade paulista e essas
pessoas, em sua grande maioria, apoiaram os candidatos dos partidos que possuem
mais influência em São Paulo e esses partidos são conhecidos por terem ideias
de “direita”, então a vaia foi muito mais do que uma crítica a presidente, foi
uma amostra da presença forte desses ideais nessa parte da sociedade paulista.
Já
fora do estádio alguns grupos de manifestantes compareceram a encontros
marcados nas redes sociais nos mais variados cantos do país. Em relação ao ano
passado, foram grupos muito pequenos, mas será questão de tempo para o
movimento crescer, até mesmo porque muitos estavam acompanhando a estreia,
afinal tem toda uma “mística” por trás do jogo de abertura, jogo esse que a
seleção brasileira ganhou e eu perdi todas as apostas, mas isso não vem ao
caso.
Embora
tenha tido essa diferença em quantidade das manifestações passadas, o seu valor
não é reduzido e um fator em comum com o ano passado foi a ação policial, que
mais uma vez reprimiu com violência (segundo eles só agem contra manifestante
violento, mal sabem que eles é que são os violentos e proporcionam o caos).
Aqui em Fortaleza já chegamos ao absurdo de não poder mais ver pequenos grupos
se reunindo que logo mobilizam as forças policiais para o local, então pequenas
manifestações já são respondidas com bala de borracha e bombas de efeito moral,
mas eles dizem e a mídia gosta de mostrar bastante que os manifestantes estavam
jogando pedras e fazendo baderna, porém essa desculpa não entra mais goela a
baixo.
Sim, existem pessoas que se aproveitam da
manifestação para cometer vandalismo, lembrando que estamos falando de pessoas
e podemos encontrar qualquer variação desde pequenos grupos até grupos maiores,
basta olhar para a nossa política, porém na grande maioria das manifestações,
senão todas, a “baderna” começa quando a policia ataca. Lembrando que agora eles
estão utilizando uma nova estratégia, só atiram em manifestantes violentos, mas
bomba de efeito moral está liberada para qualquer situação.
Traduzindo,
eles vão jogar as bombas para gerar todo aquele caos e despertar em alguns a
revolta e esses revidarem, a partir daí irão considerar a manifestação violenta
e utilizar as balas. Isso é tão verdade que a primeira notícia que estampou nas
redes sociais sobre a manifestação de agora à tarde em Fortaleza foi de que o
Batalhão de Choque jogou duas bombas de efeito moral.
E
é dessa maneira que vamos falar sobre a Copa do Mundo e futebol no blog. No
mais, queria muito ver uma final entre Brasil e Uruguai, mas também queria ver
uma seleção de menor representatividade chegando próximo as finais. Faço um
convite a todos para nos enviar qualquer informação sobre o evento... seja
manifestação, alguma notícia ou as opiniões sobre os jogos. Fiquem a vontade e
aguardem as próximas palavras.
Fotos: Deivyson Teixeira / O POVO |
Nenhum comentário:
Postar um comentário