E
mais um dia interessante da Copa do Mundo para se comentar, estou falando do
dia 14 de junho de 2014, e de um jogo em especial.
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Fonte: Globo Esporte |
Para
começar vamos falar aqui de Fortaleza onde aconteceu o jogo entre Uruguai e
Costa Rica. O Uruguai veio para o campo para fazer valer sua superioridade e
começar uma campanha rumo ao título, porque para eles seria interessante ganhar
novamente aqui no Brasil, entretanto aconteceu algo que ninguém esperava. A
seleção com pouca representatividade no futebol mundial, Costa Rica, até onde tenho
conhecimento, reconhecendo seu adversário, mas valorizando sua vontade
conseguiu ganhar do Uruguai.
Não
só ganhou, mas calou todos os torcedores uruguaios metendo 3x1. Acredito que os
torcedores costa riquenhos devem está sorrindo até agora, porque mostraram que mesmo
sendo uma seleção menor são capazes de fazer grandes “estragos”.
Mas
por que estou falando sobre isso? Parece até que estou fugindo da ideia do
blog, mas é muito pelo contrário, porque fora do estádio, pouco antes de
começar o jogo e durante o jogo um pequeno grupo, se comparado aos do ano
passado, conseguiu surpreender o grande contingente policial que nos esperava...
sim, me incluo, porque eu estava lá.
Estava
prevista uma manifestação com concentração próxima a UECE (Universidade
Estadual do Ceará) com a intenção de fazer um ato que mobilizasse a população para
uma manifestação no jogo entre Brasil e México, tentar estabelecer um diálogo
com a população e tirar deles, de algum modo, o medo de se manifestar, o que é
natural esse receio.
Quando
alguns ainda estavam chegando, mais ou menos umas dez pessoas, um grupo de
policiais militares nos abordaram e pediram para ver nossas bolsas, até aí tudo
tranquilo, mesmo que outro tenha se irritado um pouco com a ação policial, o
que de fato foi exagerado, chegaram a pedir minha identidade falando o seguinte:
vamos anotar o nome desse que é maior de idade para quando prendermos. Ou seja,
eles já estavam dizendo que mais na frente iriam me prender e alguns outros.
Na
verdade isso não passava de uma estratégia para amedrontar alguns manifestantes
para que possamos desistir do movimento, porém não deu muito certo. Embora não
tenha dado certo à tentativa de causar medo por parte da policia era constante.
Era muito comum a viatura da Cotam ficar passando bem ao nosso lado.
Porém
nada disso funcionou e não demorou para que alguns grupos chegassem e construíssem
o movimento. Tivemos algumas orientações, como a de se evitar ao máximo o
confronto, até porque estávamos em um número bem pequeno, e não deixarmos o
grupo, ficarmos em grupo para mantermos o ato mais forte e unido.
Seguimos
pela Av. Dedé Brasil (não me acostumei a chamar o novo nome da avenida ainda) sentido
estádio Castelão (me recuso a chamar de “arena”) com faixas e gritando palavras
de ordem de diversos movimentos como desmilitarização da policia, liberação da
maconha, valorização do professor, da educação, da saúde, campanha salarial dos
motoristas e cobradores, além de outros, enfim, foi um movimento bem
construído.
Durante
o ato alguns que estavam nas ruas se juntaram conosco e construíram o ato
também. Durante toda a manifestação estávamos escoltados pela policia, só que
não. Na nossa frente tinha duas viaturas da Cotam e atrás da gente tinha três
viaturas, isso sem falar nas equipes do Raio que estavam nas ruas laterais nos
acompanhando. Com toda certeza eles estavam preparados para um confronto,
estavam querendo mostrar toda a sua força, afinal muitos que não foram
imaginavam que iria ter um confronto com a policia.
Foi
justamente nessa forma de pensar que “os pegamos”. Tínhamos outra intenção com
o ato e passava longe das nossas mentes entrar em um confronto, então quando
chegamos próximos ao bloqueio policial retornamos manifestando até o ponto inicial
do ato. É válido ressaltar que um grupo menor queria ir até o bloqueio, mas
sabíamos que isso iria gerar um confronto direto.
Retornamos
ao ponto do começo do ato e nos surpreendemos com o GATE nos “escoltando” e um helicóptero
sobrevoando nosso ato constantemente. Não posso esquecer-me de mencionar que
alguns adolescentes foram abordados e quase apreendidos por estarem com
baladeiras, eles não tinham feito nada, mas na fração de segundo que se separam
do grupo maior, o Batalhão de Choque rapidamente apontou escopetas para eles e
os encurralaram.
Contudo
rapidamente se resolveu o acontecido. Porém ficamos em alerta, porque sabíamos
que se algum pequeno grupo se dispersasse eles iriam abordar e assim foi quando
chegamos ao ponto final de fato. Quando começamos a nos dispersar o GATE rapidamente
começou a agir e abordar todos que viam.
Apesar
de ter sido um movimento pequeno foi de grande importância para mostrar para a população
nossos objetivos e até para reforçar em nós mesmos o sentimento de não nos
amedrontarmos e irmos para a luta.
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