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Arena Pantanal |
Terminada
a primeira fase da Copa do Mundo e com muitas surpresas dentre elas podemos mencionar a viagem de volta antecipada de algumas grandes seleções, a Costa
Rica passando para outra fase, a mordida do Suarez (acho que nem é tão
surpresa) e as poucas notícias, pelo menos que eu tenha visto, sobre os
possíveis elefantes brancos, afinal Cuiabá e Manaus já não receberão mais jogos
da Copa.
Vamos
tentar conversar um pouco sobre esse assunto que é certeza gerar um pouco de
confusão. Desde a decisão de construir dois grandes estádios nessas duas
cidades para receber os jogos do evento já se tinham diversas especulações
sobre a possibilidade dos mesmos virarem elefantes brancos, porém o principal
argumento utilizado é de que os locais estão sendo construído com espaços
multiusos para não depender apenas de futebol.
É
um argumento interessante e que muitos não só aceitaram como repetiram
exatamente igual àqueles que falaram esse discurso pela primeira vez, mas, como
sou chato, para mim esse discurso não é digerido com facilidade, porque o mesmo
argumento foi utilizado em outros eventos, incluindo a Copa do Mundo na África
do Sul, e por conta dos altos custos na manutenção dos locais os mesmos podem
ser considerados elefantes brancos. Um dos estádios da África do Sul, o Cape
Town Stadium, chegou a ser cogitado sua demolição, porém pegaria mal caso isso
fosse feito.
Mas
esse meu questionamento pode ser facilmente respondido com a afirmação de que
na África do Sul o futebol não é tão forte, mas no Brasil sim. De fato isso é
verdade, porém o futebol nessas duas regiões também não tem tanta
representatividade, porque os clubes das regiões são mais presentes na série C
e D. O Mato Grosso ainda é salvo pelo Luverdense que está na segunda divisão
do Campeonato Brasileiro desse ano, porém acho muito difícil que ele consiga
ser o responsável por lotar aquele estádio.
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Arena da Amazônia |
Os
clubes das duas regiões não possuem condições financeiras de assumir esses dois
mega estádios, então teremos estádio de futebol sem futebol? Porque é preciso
que tenha um clube que tenha interesse e condições de jogar naquele estádio
para que ele possa ser mantido, sei que o que estou falando pode não parecer
claro, mas imaginem se “misteriosamente” o Ceará e o Fortaleza decidissem não
mais jogar no Castelão? Ele viveria somente de shows? Acho difícil que isso
acontecesse, mas se bem que em se tratando de Cid Ferreira Gomes eu não duvido
mais nada.
Mas
vamos voltar para o argumento mais utilizado: os estádios são multiuso. Segundoo IDEE (Instituto Dinamarquês de Estudos do Esporte), mesmo com esse critério
de multiuso os estádios correm grandes riscos de se tornaram elefantes brancos.
Em seu levantamento o instituto considerou estádios de 20 países e a média da
pontuação da pesquisa foi de 13,4 ... a Arena da Amazônia ficou com pontuação
3,2 e a Arena Pantanal ficou com 0,8 ... acho que agora está mais difícil
engolir o argumento de multiuso...
Mas
não precisam desanimar, porque fiz uma pesquisa rápida e descobri que existem
soluções para esse problema. Na Arena Pantanal uma das principais
possibilidades é fazer um “desmanche” no estádio para reduzir sua capacidade e
na Arena Amazônica, segundo pesquisa feita a pedido do Governo Amazonense, a
principal solução é privatiza-lo por 20 anos... é, não tem jeito, é desanimador
mesmo ver que tanto dinheiro foi investido para se tornar elefante branco.
Meus
caros, pode até parecer que sou contra investimento esportivo nessas regiões,
mas muito pelo contrário. Sou a favor de grandes investimentos no esporte em
qualquer região, o que não posso aceitar é que essas regiões sejam utilizadas
como bode-expiatórios para possíveis superfaturamentos e desvio de verbas.
Também
não podemos esquecer quatro pessoas: Antônio José Pita Martins, Raimundo
Nonato Lima Costa, Marcleudo de Melo Ferreira e José Antônio da Silva
Nascimento. São os quatro trabalhadores que morreram na construção da Arena da
Amazônia.
“Oh, FIFA, não sou otário, nessa Copa tem sangue de operário!” –
Uma das palavras de ordem das manifestações desse ano
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