sábado, 27 de abril de 2013

Seca na Paraipaba

           Seca é um fenômeno causado em regiões de baixo índice pluviométrico, ou quando a taxa de evapotranspiração é maior do que a quantidade de chuva. É um fenômeno muito comum na região nordeste e que nos últimos meses vem castigando a população da região.
                Outro fenômeno que altera a quantidade de chuvas na região nordeste é o El Niño, onde as águas do pacífico são aquecidas e isso acaba alterando a temperatura em alguns pontos do globo.
                A intenção não é falar muito sobre o que é seca, porque eu nem tenho conhecimento suficiente para falar sobre o assunto, a verdadeira intenção é mostrar a seca vista por quem presenciou a presenciou de perto.



                Mês passado eu tive que viajar para Paraipaba e vi alguns aspectos bem chocantes para mim. Já tive muitas vezes na Paraipaba, não na cidade em si, mas na região onde ficam os lotes e sempre me acostumei a ver diversos metros de plantação de coco e cana de açúcar. Os coqueiros sempre me chamaram mais a atenção e não foi diferente dessa vez.
                Porém diferente das outras vezes os coqueiros não estavam me chamando à atenção por sua beleza natural e sim por seu aspecto ruim. As plantações não estavam produzindo tanto quanto antes e a população estava sofrendo com a seca. Não precisava ser um especialista para ver isso, bastava observar para entender o que estava acontecendo ali.
               Aproveitei o tempo na região para conversar com um morador e perguntar a ele como estava à situação de vida na região e ele fez um relato surpreendente. (Ver vídeo no final do texto)
                Segundo o Sr. Raimundo, a Paraipaba é quase um paraíso, porque diferente dos outros cantos que ele já morou, a cidade ainda tinha água. Detalhe, só está sendo liberando três horas de água por dia, porque o açude que abastece a região está com um baixo volume de água. Ou seja, essas três rápidas horas de água faz com que a região ainda seja considerada um “paraíso”.
                O Sr. Raimundo também me contou que não falta comida e nem trabalho no sertão, o que está faltando é água. A falta desse bem tão precioso para a vida desestrutura a vida do agricultor, porque boa parte da última safra já se perdeu e quando eles conseguem guardar um pouco da produção para consumo próprio...faltam-lhe a água para cozinhar os alimentos.
                 Enquanto isso o governo fica buscando métodos para solucionar a seca. Mas eu pergunto, como solucionar um fenômeno natural? Algo que sempre existiu e sempre existirá? Algo que faz parte da própria natureza? É impossível acabar com a seca, o que tem que ser feito é buscar maneiras que possibilitem ao homem do campo uma vida um pouco mais normal mesmo em condições de seca.
                Sei que você pode estar achando muito vago alguma parte do texto, mas tudo se explicará mais detalhadamente no vídeo onde o Sr. Raimundo e sua mulher contam como está a situação no local e como era onde eles moravam.
               
Rio Curu...ou o que restou dele
               Quando estou voltando para Fortaleza me deparo com outra situação que me espanta bastante. A situação do Rio Curu. No caminho de volta a gente tem que passar por uma ponte que foi criada para cruzar o rio e é uma ponte relativamente alta, porque normalmente o rio tem um grande fluxo de água, mas a situação atual é outra. A água do rio é utilizada no abastecimento de água dos canaviais da Ypióca.
                Não estou querendo acusar ninguém, mas a empresa retira a água do rio através de bombas elétricas e envia diretamente para abastecer seus canaviais e acredite ou não, a indústria tem a liberação do governo do Estado para fazer isso.
                Querendo ou não isso tá matando o rio, mas não quero culpar a Ypióca só gostaria que o governo fizesse inspeções técnicas na região para saber se a empresa ainda poderá retirar a água, porque enquanto a produção de cachaça não para em nenhum instante, nordestinos estão perdendo suas plantações com a seca e animais estão morrendo por falta d’água.
Rio Curu

                É uma situação dramática que a população do interior do Ceará está tendo que aguentar e muitas vezes sem nenhum auxílio do governo. Temos que virar os olhos para esse povo, são pessoas como nós, estão sofrendo do mesmo problema que a gente, mas que estão dependendo urgentemente de água.
                No caminho de volta ainda consegui registrar uma bela imagem. Uma grande nuvem pronta para chover indo em direção a região, parece que o clamor do nordestino aos céus não está sendo em vão.




"A donde tem água, tem vida" Sr. Raimundo Nonato

Clique aqui para ver o vídeo enquanto eu não consigo fazer o upload dele no blog.



Nenhum comentário:

Postar um comentário