domingo, 15 de janeiro de 2017

Corredor

Pelo corredor central eu a vejo
Com sua mochila, as vezes caderno na mão com seu óculos, grande óculos, sorrindo
Para no “Iguatemi” olha os vestidos e sai correndo


Eu to sempre ali, invisível, aos olhos dela.
Sentado quase sempre num banco onde tenho uma visão privilegiada do que ocorre no corredor.


As vezes tá um caos esse corredor.
É a tia dizendo que vai tacar um processo na universidade.
Os tios da limpeza falando de futebol, “quem é melhor? Ceará ou Fortaleza?”
Pessoas passando e nem se falando.


Já é a hora vou descer.
Passando pelos blocos
Vou até o final do corredor, paro pra beber água.
Vem o caos. Nossa é ela. O que eu faço? Falo? Não falo? Nada.


Fonte: UECE
“Ei man quanto tempo”
“Diga lá jovem”


Um abraço.
Um sorriso.
Um minuto com sensação de uma hora.
Que hora.
Um caos.


Não sei que termos são os dados hoje.
“A Chush” é assim né? Nem eu sei.
Eu segui meu caminho pelo corredor.
Voltei com olhar de quem procura aquele mesmo sorriso.


Mas não. Nossos caminhos não vão se encontrar assim tão fácil.
Afinal eu sou do G e ela é do L.
Mas todo dia faço esse trajeto.
Diego


sábado, 14 de janeiro de 2017

História, nossas histórias

Andando pelas ruas da cidade encontro um rosto peculiar. Com seus jeitos que pertencem só a si, falava e gesticulava mostrando a todas as pessoas ao seu redor quem era e até onde ia seu conhecimento de mundo. Um olhar mais atencioso deixava evidente que aquilo tudo não passava da superfície de todo conhecimento que estava presente naquelas falas.

Entre risadas e falas, aponta para mim e com um largo sorriso resolve me questionar. Pergunta o que faço ali e o que está faltando nas coisas que estão ao meu redor... desde objetos até mesmo o tempo. Basta apenas uma troca de palavras de trinta segundos para que eu note que eu estava envolta daquela energia ansiosa por histórias.

Começa falando sobre a importância de todas histórias. Sejam aquelas contidas nos livros, nas vivências cotidianas e até nas viagens ficcionais. Comenta como as mais diversas histórias são importantes e o quão é problemático uma pessoa não querer conhecer e entender tudo isso. De fato, são as histórias que compõe a nossa história de vida pessoal que vão construindo quem nós somos. As pessoas que estavam ao redor poderiam não entender exatamente isso, mas entendiam aquela forma de falar que chamava tanto a atenção.

E assim fiquei por 10 minutos ouvindo e falando, rindo, escutando as críticas, fazendo planos e convites. Contudo, diante de escutar pequenos trechos de vivências que iam tecendo um retalho de vida, não tive a oportunidade de compartilhar minhas histórias. Talvez eu nem tenha tentado fazer isso. 

Então esse é um momento de retratação e valorização do contar histórias, do fazer histórias, do próprio viver e compartilhar tudo isso. O curioso é que ao contar esta história eu já não sei definir se alguma parte é história ou estória, mas me parece que a composição fará parte da História, a minha História. 

Lucas

domingo, 8 de janeiro de 2017

E se...

Recomeços, principalmente em passagens de anos, puxam reflexões sobre o passado já concretizado. As vezes nesse processo de reflexão questionamos o próprio passado na expectativa de um presente diferente. Isso é bem fácil, basta você pensar “e se?”

E se eu tivesse ficado em casa?
E se eu não tivesse tentado?
E se eu adiasse o encontro?
E se faltasse tinta?
E se eu não fosse pedalar nesse dia?
E se eu não quisesse participar?
E se eu não tivesse me dedicado?
E se eu não mudasse?
E se eu não acreditasse?
E se...