sexta-feira, 26 de julho de 2013

Maneira de amar - Carlos Drummond de Andrade

          O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
          Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
         O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
         Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?" "NÃO, RESPONDEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".

Mensagem de Abraham Lincoln

A vida fez de mim um homem bem familiarizado com as decepções.
Aos 23 anos, tentei um cargo na política e perdi. Aos 24, abri uma loja que não deu certo. Aos 32, tentei um negócio de advocacia com amigos, mas logo rompemos a sociedade. Ainda naquele ano, tive um grave colapso nervoso e passei um bom tempo no hospital. Com 45 anos, disputei uma cadeira no senado e não ganhei. Aos 47, concorri à nomeação pelo partido republicano para a eleição geral e fui derrotado. Aos 49, tentei o senado e fracassei novamente, mas, ao 51 anos, finalmente, fui eleito Presidente dos Estados Unidos da América.
Por isso, não venha falar de dificuldades, tropeços ou fracassos. Não me interessa saber se você falhou. O que me interessa é se você soube aceitar o tropeço.
Todos os infortúnios que vivi me tornaram um homem mais forte, me ensinaram lições importantes. Aprendi a tolerar os medíocres; afinal, Deus deve amá-los, porque fez vários deles. Aprendi que os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis. Aprendi que, quando se descobre que uma opinião está errada, é preciso descartá-la. Aprendi que a melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades. Aprendi que nunca se deve mudar de cavalo no meio do rio.
Se você está vivendo um momento temporário de fracasso, posso afirmar, com certeza da minha maturidade, ou dolorida experiência, que você jamais falhará se estiver determinado a não fazê-lo.
Por mais que você encontre dificuldade no caminho, não desista. Pois saiba que o campo da derrota não está povoada de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.

Sinceramente,

Abraham Lincoln
16º Presidente norte-americano


domingo, 14 de julho de 2013

Ao meu avô...

"São apenas as cabeças pequenas e limitadas que temem seriamente na morte a destruição total do ser; dos espíritos verdadeiramente privilegiados tal medo fica completamente afastado." Schopenhauer
                Numa tranquila e fria madrugada de um dia sete de um mês sete ele resolver continuar sua caminhada. Sem muitas cerimônias se despediu de todos deixando seus ensinamentos. Não digo que meu avô morreu ou faleceu, porque tudo que ele passou para os membros da família que constituiu com muito amor ficarão para sempre. Falaram-me que para ser imortal você tem que escrever um livro, plantar uma árvore ou educar uma pessoa, logo meu avô é mais do que imortal, pois educou uma família inteira, plantou todo um terreno na Paraipaba e suas histórias poderiam facilmente se tornar um livro.
                Infelizmente não vou mais tê-lo ao meu lado...logo ele que tanto me acolheu, que me divertia com suas histórias, me inspirava nos estudos e tanto me incentivou para buscar meus projetos. Lembro bem de algumas conversas que tive com ele, das manhãs tranquilas comendo um cuscuz com leite e falando sobre o Ceará, porque não tem nada melhor do que o seu vozão para lhe fazer torcer pelo vozão.
                Ai ai, vovô, o senhor quis tanto me ver na universidade...e viu! Uma pena que não chegou a me ver com o diploma na mão, mas lhe garanto, carregarei com amor e carinho seu sobrenome e vou fazer de tudo para cumprir os nossos sonhos. Espero vê-lo no dia da minha formatura, não fisicamente, mas nos olhos daqueles que você amou...
                Só me resta se despedir da maneira que eu sempre me despedia: quando tiver um tempinho eu volto!
                Quando a vida me der um tempo, irei vê-lo...


José Lima Monte