terça-feira, 27 de outubro de 2015

Por que estudar Educação Ambiental?

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As sociedades, por terem suas demandas limitadas por recursos considerados escassos, precisam constantemente procurar estratégias para administrar essa relação. E um questionamento bastante recorrente quanto a isso é: como fazer para essa relação se desenvolva em equilíbrio com o meio ambiente e a posteridade. Não seria nada espantoso que uma estratégia eficiente para a resposta da relação desenvolvimento x ambiente saudável começasse com Educação Ambiental.

Mas o que é Educação Ambiental (EA) e como ela poderia ajudar no desenvolvimento de uma sociedade? Segundo a Conferência de Tbilisi[i] (1977) e a Comissão Interministerial de preparação para o Rio-92[ii], a Educação Ambiental é definida como uma dimensão da educação que mescla teoria e prática visando à resolução de problemas ambientais com enfoque interdisciplinar levando em consideração os aspectos socioeconômicos, políticos e culturais de uma região onde cada indivíduo e o coletivo sintam-se ativos e responsáveis por aquele espaço.

Então quando propomos estudar EA queremos atingir o máximo de dimensões de um indivíduo e do coletivo e assim entendermos-nos pertencentes ao meio ambiente. Esse é um ponto que precisa ficar bastante claro: todos nós somos parte constitutiva do meio ambiente. Genebaldo Freire[iii] diz que o desafio da EA é o de “criar as bases para a compreensão holística[iv] da realidade.”.

Para criarmos essas bases, precisamos utilizar ferramentas pedagógicas que despertem a percepção ambiental, pois ela nos permitirá enxergar e compreender o todo e, quando isso começar a se estabelecer, poderemos ver os seguintes pontos: um meio saudável permite que as pessoas que ali frequentam estejam menos expostas a doenças (meio x saúde); incentivar a cultura e manter aquele meio cultural existente está conectado com respeito entre as pessoas, e isso vai implicar em segurança, por exemplo (meio x cultura x segurança); sentir-se pertencente a um espaço irá influenciar na vontade de estar ali e produzir algo (meio x produção) e de que repensar nosso modelo de economia irá influenciar as gerações futuras (economia x sustentabilidade).

Essas são algumas das muitas conexões que podemos compreender através da percepção ambiental, afinal tudo está conectado. Não é uma mudança simples e nem fácil, mas alguns grupos de estudos/debates, empresas e pesquisadores vêm conseguindo alcançar e mostrar as melhorias trazidas por essa mudança de percepção.




[i] Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em 1977 na cidade de Tbilisi, antiga URSS.

[ii] Comissão que preparou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) ou Cúpula da Terra, na cidade do Rio de Janeiro em 1992.

[iii] Livro: Educação Ambiental – princípios e práticas, 2010.

[iv] Compreensão holística, aqui compreendida, diz respeito à compreensão de que o todo é maior que a soma das partes isoladas.