domingo, 30 de março de 2014

Ditadura nunca mais

                Essa semana no Devaneios Universitários vamos falar sobre um período muito bom para o nosso país. Foi um tempo onde nossos militares lutaram com todas as suas forças para impedir que o comunismo dominasse o país e assim mantivemos a integridade nacional, resumindo, valorizamos a identidade nacional...
... a opinião dos jornalistas... 
... o nosso esporte... 

... os nossos estudantes... 

... toda a cultura brasileira...
Caetano Veloso e Gilberto Gil exilados em Londres
                Um período onde as famílias podiam viver tranquilamente nas suas casas sem nenhum temor e isso fica evidente até nas músicas dos grandes compositores brasileiros:

 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Aviso

Meus caros, o texto que deveria ser postado na página Vozes Sociais só será postado no sábado dia 28/03, porém você já pode ir dando uma olhada nas outras postagens da semana, caso ainda não as tenha visto.

Ágora - Olhando pela janela
Lupa Pública - Ônibus 174 (Documentário)
Arte e Sociedade - Seres invisíveis

Aguardem... o texto está sendo produzido especialmente para vocês.



Ônibus 174 (Documentário)

“Bandido bom é bandido morto!”

                E nesse documentário o falante dessa frase ganhou o que queria ver, na frente de todas as câmeras. O “bandido” matou uma refém, foi executado pela Policia Militar eficiente e ponto final, certo? Errado.
                É muito fácil mostrar somente a parte de fora do ocorrido e transformar Sandro no vilão da história, porém o documentário dirigido, pelo brilhante, José Padilha vem mostrar o outro lado e todos os fatores que contribuíram para o sequestro no ônibus 174.
                Padilha traz para a pessoa que está assistindo a realidade dos garotos invisíveis na sociedade e nos mostra como a ineficiência do poder público e muitas vezes nossa falta de humanidade contribui para que surjam novos marginais e aqueles que já estão em processo de corrupção da personalidade sejam corrompidos por completo.
                Veremos também como o despreparo da Policia Militar para agir com pessoas que pensam, que têm sentimentos e lembranças assim como eles contribui para o aumento da criminalidade e, acima de tudo, como todos esse fatores estão interligados.

                Um documentário de mais de dez anos atrás que ainda mostra a realidade hoje. Se você acredita que bandido bom é bandido morto e que ter uma arma apontada para sua cabeça fará você pensar isso, esse documentário é em especial para você.


terça-feira, 25 de março de 2014

Seres invisíveis

Esquerda: Angeli / Direita: (não consegui identificar o nome do chargista)

Creio que com essas duas charges não será preciso que eu fale muita coisa, mas não se preocupem, porque esse ano tem eleição:


(Não consegui identificar o nome do chargista)

domingo, 23 de março de 2014

Olhando pela janela

                Em alguns bairros o caminhão que recolhe o lixo só passa na madrugada, então os moradores colocam os sacos com lixo em frente da casa e vão dormir. Tranquilos em suas casas, no conforto de uma cama ou de uma rede, com a fome saciada e sem sede depois de tomar um copo gelado de água. A cidade começa a adormecer.
                Às vezes o caminhão demora um pouco mais para passar e animais começam a surgir e a mexer no lixo. Alguns até acordam com o barulho e começam a se irritar, porque o animal (alguns vão falar que é cachorro, outros vão falar que é um gato, poucos dirão que é rato) vai rasgar toda a sacola do lixo e os funcionários que conduzem o caminhão não levarão todo o lixo deixando alguns restos em frente à casa da pessoa.
                E isso acontece. No outro dia o morador ver os restos que ficaram, principalmente da sacola que veio da cozinha. Alguns desses moradores vão até jogar praga no animal que fez aquilo e culpar o governo por não retirar esses animais imundos da rua que rasgam o lixo. Parece um clico constante que se repete todos os dias.

                Porém, em outra noite, alguém não dormiu. Não estava com sono, então ficou criando um texto para um pequeno blog. Era noite do caminhão do lixo, mas como sempre ele atrasou e um animal apareceu para remexer no lixo. Curioso, ele se perguntou se seria um gato ou um cachorro, então foi até a janela para sanar sua dúvida. Apostou mentalmente qual seria o animal e perdeu a aposta para si mesmo, o animal que estava lá é conhecido pelos cientistas como Homo Sapiens Sapiens, pelos políticos como eleitor e pelo resto da sociedade... não, o resto da sociedade talvez nem o verá, porque era apenas um ser humano catando lixo.
Fonte: http://bit.ly/1do0tGs
                Ele era exatamente igual ao seu observador e exatamente igual a aquele que pela manhã irá praguejar de raiva, talvez a única diferença seja que aquele que estava mexendo no lixo não voltará para casa tão cedo, se é que tem casa, e não terá sua fome e nem sede saciada.
                Ele não foi o único naquela noite. Homens, mulheres, crianças passaram primeiro que o caminhão do lixo e tentaram recolher tudo que desse para ser reaproveitado. Não só comida, mas garrafas que poderiam usar para armazenar água também eram recolhidas.
                Aquela não foi a única noite. Em todas as noites que o observador teve que ficar acordado animais mexeram no lixo... animais iguais a ele. Alguns até tinham receio de mexer no lixo, ficavam olhando para o saco preto, olhavam para um lado e para outro e depois de alguns minutos abriam o saco. Os últimos a passar eram os que menos levavam alguma coisa, porque os outros já tinham passado. E na manhã seguinte o dono da casa irá jogar praga no animal que fez aquilo e culpar o governo por não retirar esses animais imundos da rua que rasgam o lixo.
                Aquela cena repetida diversas vezes durante a noite era quase perturbadora. Como nós mesmos podemos deixar que algo do tipo aconteça? O mais perturbador é que nossa constituição no seu art. 5º, inciso III diz que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante, porém a ineficiência dos órgãos públicos e muitas vezes a nossa própria omissão permite e contribui que seres humanos coloquem suas vidas em risco para tentar matar sua fome, muitas vezes nem sua fome, mas a fome de sua família.
                Um senhor chamado Malthus uma vez disse que a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética e isso iria fazer com que chegasse um ponto onde a população iria morrer de fome. A população morre de fome hoje. Temos mais pessoas do que comida? Não. Temos uma péssima distribuição de alimentos.
                Essa cena que o observador viu é um dos exemplos que mostra que temos muita comida e como não somos capazes de comer tudo ou de vender tudo jogamos fora no lugar de dar para alguém que está morrendo de fome.
                Essa história não saiu toda da “cabeça” do observador, saiu dos seus olhos, porque é uma história real. E essas pessoas que mexeram no lixo não são únicas, se pelo menos uma vez você andar na rua e abrir a janela dos seus olhos poderá ver muita gente. Excluídos, humilhados e esquecidos pela sociedade, estão todos aí... ao seu lado, ao nosso lado.

Foto retirada antes do jogo entre Brasil x México pela Copa das Confederações (Edimar Soares / O Povo)



sexta-feira, 21 de março de 2014

A guerra que você não vê (Documentário)


              Quem é o verdadeiro herói e quem é o verdadeiro vilão em uma guerra? Será que aquele que julgo herói pode na verdade ser o vilão? As respostas para essas perguntas, muita vezes, nos são ocultadas por todo um jogo de manipulação. Informações com apenas um ponto de vista, alteradas e incompletas são suficientes para explodir um conflito e nesse meio o mundo jornalístico tem um grande papel.
                No documentário A guerra que você não vê, John Pilger nos mostrará como alguns meios de comunicação, principalmente a televisão, são utilizados para sustentar a guerra e como algumas matérias foram utilizadas e/ou manipuladas para poder sustentar a guerra.





Dica de blog: Indicação de Filme: A Odisséia (1997)

quinta-feira, 20 de março de 2014

Ucrânia e Venezuela: lutar com palavras - Rodrigo Vianna

(Fonte: Escrevinhador)

“Lutar com palavras é a luta mais vã. No entanto lutamos mal rompe a manhã.” (Drummond)

                Não se trata de poesia. Mas de política. A edição da “Folha” desta sexta-feira é mais uma demonstração de que a batalha nas ruas de Kiev ou Caracas não é feita só de coquetéis molotov, bombas e fuzis. A batalha se dá na mídia, na TV, na internet, nas páginas envelhecidas dos jornais. São Paulo, Caracas, Kiev, Moscou e Washington. A batalha é uma só. 
               
Fonte: Escrevinhador
                Reparemos bem. Ao lado, temos a primeira página do jornal conservador paulistano – o mesmo que apoiou o golpe de 64 e emprestou seus carros para transporte de presos durante a ditadura militar. Na capa da “Folha”, ucranianos escalam uma montanha de entulho no centro de Kiev, e a legenda avisa: “Manifestantes antigoverno usam pneus e entulho para montar barricadas…” Logo abaixo, uma chamada sobre reintegração de posse em São Paulo: “Em SP, invasores destroem imóveis do Minha Casa”. Numa página interna, o jornal informa que esse “invasores resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo”. (página C-1)
                Ucranianos não praticam “vandalismo”. São tratados de forma heróica. Ainda que se saiba que parte dos manifestantes em Kiev tem um discurso racista, próximo do nazismo. Brasileiros são “vândalos”. Ucranianos são “manifestantes”.
Fonte: Escrevinhador

                Mas sigamos adiante. Nas páginas internas, a “Folha” traz vários textos do enviado especial a Kiev. Num deles, o repórter mostra uma pequena fábrica para produção de coquetéis Molotov, dentro do Metrô de Kiev. O cidadão que produz as bombas é descrito assim: “Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político na Ucrânia.
                Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev.
                Ao lado da reportagem sobre os molotov, um texto opinativo assinado por Igor Gielow (sobrenome “eslavo”, muito bom! Isso dá credibilidade ao comentário). Basicamente, Gielow diz que a crise na Ucrânia é “reflexo da estratégia de Putin para a região”. Ele não está errado. Pena que esqueça de contar uma parte da história. “O importante não é o que eu publico, mas o que deixo de publicar”, dizia Roberto Marinho.
                Gielow e a “Folha” ensinam: Putin é um líder malvado, que pretende manter na Ucrânia “a esfera de poder dos tempos imperiais e soviéticos”. Aprendam: só a Rússia tem interesses imperiais na Ucrânia. Do outro lado, há cidadãos sem afiliação partidária, lutando contra um insano governo pró-Moscou.  Os EUA e a Europa não têm interesses na Ucrânia. Só Putin. A culpa é dos russos.
                Na “Folha” luta-se com as palavras muito antes da manhã começar. Luta-se com as palavras em Kiev, em São Paulo, Moscou. Washington fica invisível. E toda a estratégia passa por aí. O poder imperial só existe por parte da Rússia. Washington não tem qualquer projeto imperial: nem na Ucrânia, nem na Síria, nem tampouco na América Latina…
                Falando nisso, a cobertura sobre a Venezuela é também grandiosa no diário da família Frias. Declarações de Maduro aparecem entre aspas. Velho truque jornalistico para desqualificar, colocar no gueto da suspeição, qualquer fala dos chavistas. Segundo a Folha, o governo de Maduro afirma que o movimento (golpista? Isso a Folha não diz) é uma armação de “forças de ultradireita da Venezuela e de Miami”. No texto original a expressão está assim, entre aspas. Por quê? Para dar a impressão de que Maduro é um lunático, e que não há forças de ultradireita lutando nas ruas. Não. Há só “estudantes” e “manifestantes” (e agora sou eu que coloco entre aspas).
Fonte: Escrevinhador

                A legenda da foto ao lado (também publicada pelo jornal conservador paulistano) diz: “Estudantes queimam lixo em atos contra Nicolás Maduro”. Primeiro, como se sabe que o sujeito é um “estudante”? Depois, reparem que queimar lixo na Venezuela é “ato contra Maduro”. Queimar prédios em desapropriação, em São Paulo, vira “vandalismo”.

Em Caracas não há “vândalos”.

                Ao lado da foto, um texto assinado por repórter (que está em São Paulo!!!!!) narra  roubo de equipamento da CNN em Caracas: “o ataque à CNN se assemelha a inúmeros relatos de motociclistas intimidando manifestantes, com tolerância e até respaldo das forças de segurança do governo”. O roubo ocorreu em manifestação da oposição. Mas o roubo certamente é coisa dos chavistas. Claro. Nem é preciso ir até Caracas pra saber (registro a bem da verdade factual que o repórter - a quem conheço, ótima pessoa – foi correspondente em Caracas).
                No mesmo texto (assinado, de São Paulo) os grupos que defendem o governo são chamados de “milícias”. Ok. Já estive em Caracas cinco ou seis vezes. E há grupos chavistas que se assemelham mesmo a milícias. Mas do lado da oposição há o que? Não há milícias? A turma de Leopoldo, que deu golpe em 2002, é formada por cidadãos inocentes. E só.
                Quem lê a “Folha” aprende que, em Caracas, há de um lado “milícias chavistas”. De outro, só “estudantes” e “manifestantes”.
                Não há neutralidade no uso das palavras. Nunca houve. Nunca haverá. E quanto mais agudas as crises, mais isso fica claro. Há escolhas. A “Folha” faz as suas. A CNN, a Telesur, a VTV – ou esse blogueiro. A diferença é que uns assumem que têm lado. Outros fingem que estão “a serviço do Brasil”.
                Lutemos, com as palavras. Não há saída. O outro lado luta todos os dias, todas horas.

“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate” (Drummond).

terça-feira, 18 de março de 2014

Paz?

Mana Neyestani
                É irônico como alguns governantes utilizam a força para “alcançar a paz”. Usam a desculpa de “paz” e acabam fazendo justamente o contrário e isso é notório durante a história da humanidade, principalmente nos últimos trinta anos. Que paz é essa que forçamos? Uma paz imposta é paz?
                Olhando essa charge me vem à cabeça uma música do Gabriel, o pensador que em um trecho diz o seguinte:

“Pela paz a gente canta, a gente berra.
Pela paz eu faço mais. Eu faço guerra.”
(Refrão da música Paz)

                E é interessante refletirmos, também, sobre essa música, por isso deixo o vídeo para que todos possam escutar. 



Hoje fazemos um ano

“Não tenho nenhuma experiência com blog então vamos ver aonde vai dar isso daqui.” 


                E com essa frase começava o Devaneios de um cérebro universitário. Eu não imaginava que o blog poderia chegar a um ano, mas chegou e durante todo esse ano é possível ver que evolui um pouco só ao acompanhar as postagens e isso fez com que o blog tivesse um rumo totalmente diferente do que era a ideia inicial, porém ele seguiu em rumo que achei muito interessante e abracei esse rumo junto com meu desenvolvimento.
                Também durante o mesmo período diversas pessoas passaram pelo blog e deram sua contribuição, porém não posso falar o nome de todos, porque corro o risco de esquecer algum, mas garanto que foram pessoas com quase todas as letras do alfabeto e graças a essas pessoas é que você pode ver o blog como está hoje.
                Agora que o blog tem cara própria posso falar das novidades que vocês encontrarão. A primeira grande mudança (depois do layout) é o nome do blog que a partir de agora se chama Devaneios Universitários e temos novas abas: Ágora, Vozes sociais, Lupa Pública, Arte e Sociedade, Avisos e Contato.
                Na aba Ágora serão os textos de minha autoria, na aba seguinte você encontrará texto de outras pessoas para incrementar o debate, na Lupa Pública todos poderão encontrar indicações de livros, reportagens, documentários e o que mais aparecer de bom para indicar, na parte de Arte e Sociedade todos nós poderemos apreciar e fazer reflexões sobre charges e outras imagens. Todas essas abas serão movimentadas de acordo com um cronograma:

Domingo – Ágora
Terça – Arte e Sociedade
Quinta – Vozes Sociais
Sexta – Lupa Pública
Sábado – Ágora (quando for interessante)
*Os avisos só serão postado quando necessário.

Agora nas mudanças do layout:


Através desse recurso poderemos pesquisar no próprio blog;




Agora também será possível seguir o blog pelo Facebook, porque nesse exato minuto a página no Facebook está disponível;





Está disponível um recurso que permite que a pessoa receba as novas postagens no email, o que facilitará para aqueles que não têm uma conta o blogger e nem Facebook;



Também será possível “curtir, compartilhar e comentar” cada postagem usando o Facebook.



                



Então, meus caros, essas são as novidades do Devaneios Universitários... espero que todos tenham gostado e peço a ajuda para construir esse blog por mais um ano. Vamos ver onde dará essa nova ideia?

quarta-feira, 12 de março de 2014

AVISO

Meus amigos, gostaria de avisar a todos que o Devaneios de um cérebro universitário ficará fora do ar até o dia 18/03. Não nos esqueçam kkkkk é certeza o retorno. Ficaremos fora do ar para fazer alguns ajustes...




quarta-feira, 5 de março de 2014

Maiores Vilões da História

                O que torna uma pessoa vilã? O que faz uma única pessoa ser considerada uma vilã mundial? Não sei se vocês já pararam para pensar nisso, mas toda vida que penso noto que é algo relativo, assim como “bem e mal”. Uma pessoa pode ser considerada boa por mim e ruim por outra pessoa, mas não vamos entrar muito nesse assunto, porque conheço pouquíssimo de filosofia, deixo esse debate para ser iniciado no blog Metapensamentos.
                Enfim, venho falar dos Maiores Vilões da História. A revista Mundo Estranho, uma revista que admiro muito, desse mês de Março vem com uma seção onde uma parte dela é dedicada para falar sobre os 50 vilões da história. Também não vim fazer propaganda da revista mesmo assim recomendo a leitura, porém nesse simples espaço de ideias e debates vim comentar esta parte da seção.
                É fato que muitos dos nomes citados me pareceram pessoas extremamente cruéis, porém a publicação tinha essa intenção, fazer-me considerar a pessoa como cruel. Só que algumas perguntas ficaram: são vilões na visão de quem? Quais os critérios utilizados? Onde estão os outros vilões?
                Uma pessoa que lê somente essa matéria condenará todos os nomes citados sem ao menos dar uma pesquisada extra sobre os “vilões”. Até entendo que o espaço é curto e tal, mas deixa só eu falar, aí depois, quem quiser, pode me criticar a vontade.

sábado, 1 de março de 2014

Para onde vai o dinheiro que iria para o Carnaval - Érico Firmo

(Texto retirado do Jornal O Povo Online. Clique aqui para ler a matéria completa.)

                O curioso no noticiário sobre o cancelamento de festejos de Carnaval pelo Interior é a impressão de que não haver festa encerra o problema. Pelo contrário, é apenas o começo da questão. Afinal, alguém averiguou ou vai verificar se o dinheiro que seria usado na folia será redirecionado para combate a seca ou outras despesas emergenciais? O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que fez importante trabalho nesse sentido, estará atento a esse detalhe de onde a verba carnavalesca vai parar? Ou alguém tem dúvida de que esse dinheiro corre grande risco de se perder na vala comum dos recursos públicos e acabar cobrindo despesas corriqueiras, se duvidar as mais irrelevantes? Não será surpresa se os recursos que deixarão de ir para o Carnaval tiverem destinação bem menos nobre.

O ENTRETENIMENTO E O SUPÉRFLUO
                Já escrevi algumas vezes sobre o incômodo que me causa quando gasto em cultura, lazer e entretenimento é tratado como supérfluo, que só é admitido quando todos os problemas possíveis e imagináveis são resolvidos. Nesse debate, às vezes fica parecendo que investir em Carnaval é desperdiçar dinheiro público, como se fosse maisena em mela-mela.
                Claro que há extremos. Município em completo colapso por causa da seca, que dispensa licitações com base em decreto de emergência e no qual falta água para beber realmente não tem de gastar dinheiro público com folia em meio à desgraça. Prefeitura que está com pagamento de servidores atrasado também não há de ter cara para contratar banda de música. Não se pode, todavia, chegar ao extremo de querer cancelar o Carnaval no sertão inteiro porque é ano de seca.
                O nível dos reservatórios que abastecem São Paulo está abaixo de 17%, é o menor da história e nem por isso alguém falou em cancelar o Carnaval. Em Olinda, durante muito tempo foi comum faltar água nessa época, mas também ninguém teve a ideia de mandar os turistas embora e cancelar o cortejo dos blocos. Hoje se monta esquema especial para garantir o abastecimento. Em Recife (PE), o problema só foi resolvido em dezembro de 2011, quando novo sistema foi concluído. Aliás, como tal situação já se viu no Ceará em outros anos, é uma ideia que fica aos agentes públicos: resolver o problema pode ser uma alternativa a cancelar o Carnaval. Nem tanto pela festa, evidentemente, mas por necessidade da população mesmo, no Carnaval e fora dele.

O CARNAVAL E O INTERIOR
                Festa é bom, quem não tem dinheiro para pagar por ela também tem direito de usufruir, entretenimento é condição para qualidade de vida, mas há um problema pouco perceptível que envolve o cancelamento dos carnavais no Interior. O Ceará é um estado em que quase todo mundo que pode deixa seus municípios e se desloca para a Capital. Um feriado e quatro a cinco dias, com festas em Fortaleza e no litoral é um estímulo extra para esvaziar o Interior que já padece com a seca. Sem falar que, para muita gente hoje longe de casa, é uma das poucas oportunidades no ano de visitar a terra natal. Esse problema do esvaziamento do Interior e o desafio de fixar a população no sertão é mais sério do que se possa pensar e está no centro das explicações para muitas das mazelas no Estado. Pode não parecer, mas cancelar os carnavais por aí afora mexe muito com essas questões tão delicadas, do ponto de vista simbólico, afetivo e, também, bastante prático.

Escolhas - Lucas Gonçalves Monte

Recolhido em um canto escuro
A mente focada na busca por uma solução
Caminha por um local obscuro
Onde razão se mistura com emoção
Na busca da melhor alternativa

Diversos caminhos na frente
Sei das consequências de minha escolha
Mas qual seria a melhor escolha?
Machucar ou ser machucado?
Tudo isso conturbava minha mente

Enquanto não decidia pela resposta
Uma dor me apertava
A consciência me destroçava
Sem saber em qual caminho fazer a aposta

Não posso escolher nenhum desses caminhos
Machucar alguém está fora de cogitação
Então só resta a opção de me machucar
Porém quero muito proteger esse simples coração
Assim não faço nenhuma escolha

Ficarei sentado nesse canto
Não existe outra solução
Não machucarei ninguém
Não me machucarei
Mas permitirei que eu seja machucado


 Lucas Gonçalves Monte