sexta-feira, 21 de abril de 2017

Diário de um suburbano: Um sábado.


As coisas acontecem do acaso, não sei o porquê, mas acontece, como se perder pelo centro de fortaleza atrás de uma loja que estava fechada, ou as tentativas de ser pegar um elevador, mesmo sabendo que não vai dar certo, ou um mano oferecendo um flor feita na hora de palha por 5 conto.

De fato não sabemos definir isso, o acaso, mas tudo tem uma conexão, do pagodão que estava tocando no passeio público ao sorriso da criança da tia que vendia água. Do furo do piercing ao tio que vendia “pau de selfe” (vish), Do alívio que se tem ao entrar num supermercado com ar condicionado ou de parar numa esquina e se perguntar: “o que nós tamo fazendo mesmo?”, “eu não sei”

E ficar agoniado também vale, com o pessoal que fica pulando da ponte para o atlântico ou problematizar o porquê a tia tava vendendo aqueles brigadeiros, e antes disso tudo ter uma d.r, e acabar com “man to com sede”. E ainda ter que ouvir uma galera explicando por D.R como ser um cristão e eu falar: “ man eu to doido pra falar”,  mas ela fala… “fica de boas Diego”.

As coisas do acaso da vida parece ser bastante interessante, como falei no começo do texto, e são coisa que não conseguimos explicar, falar ou ate escrever, só sentimos simplesmente.


Mas isso é a vida, é feita desses acasos simples e às vezes aleatório ou não, e o que importa é você viver o momento e (a)mar, e tchau também, sempre esperando que dias como esse se repita mais vezes com cenário de um por sol de sábado.


Foto: Diego
Foto: Diego

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Nós, homens, somos potenciais estupradores

Talvez eu esteja longe de estuprar alguém, talvez você esteja longe de estuprar alguém, talvez seu pai esteja longe de estuprar alguém, mas aqui não falo do indivíduo e sim de homens como um todo. No todo, tempos a potência de estupradores.

Para explicar isso vamos começar pelo português: ter potência significa ter a característica de potente, ter um poder e de um modo geral homens possuem esse poder para estuprar (não estou querendo dizer que todo homem vai fazer isso). "Mas mulheres também podem estuprar e já estupraram.", legal, mas vamos mudar de ponto.

Passando para um pouco de matemática: para verificarmos se homens são ou não possíveis estupradores precisamos pegar uma amostra de homens. Essa amostra precisa ser suficientemente grande e aleatória. Pense sobre esse grupo bem heterogêneo e esqueça você, seu pai, irmão e tio... você acha que esse grupo tem maiores chances de estuprar? Acredito que sua resposta será sim, porque de um modo geral há muito mais casos de assédios e estupros cometidos por homens do que por mulheres, ou seja, estatisticamente homens possuem a potência de estupradores. "Mas eu respondi a tua pergunta com um não", tudo bem, vamos para outra vertente.

Vamos falar de sociedade? Você entende que algo que aconteceu no passado é capaz de influenciar/afetar o presente né? Se você discorda disso, então provavelmente não aceitará que estamos aqui agora, porque somos o fruto de diversas interações do passado. Seja em qual for o sentido de pensamento da sociedade, o fato é que interagimos e vamos influenciando o que vem pela frente. Ora, viemos de sociedades patriarcais que valorizavam e desenvolviam habilidades de poder entre os homens e subjugavam as mulheres. Posso parar aqui ou precisa falar mais? Constantemente estávamos em sistemas que colocavam os homens em vantagens e isso trouxe um cenário onde o homem continua tendo essa vantagem, já que isso nunca foi quebrado de fato, ou seja, o homem tem diversas vantagens e isso nos dar potências. Montamos um sistema que além de dar potência para o homem faz isso em detrimento da mulher, logo reforça mais ainda nossa vantagem. Sério que você ainda acha que não temos a potência de estupradores?

Vamos ao grande problema disso tudo: não reconhecer que temos essa potência. Quando não reconhecemos isso deixamos de discutir o assunto, porque fingimos que ele não existe e ao fazer isso deixamos de encontrar possíveis estratégias que sejam eficientes na mudança da sociedade. O que precisamos fazer? Reconhecer que somos potenciais estupradores. Nós somos e é preciso reconhecer isso para refletirmos em cima dessa ideia e buscarmos as soluções necessárias.

Reconhecer essa potência não é crime algum e não afetará sua "honra", "dignidade", respeito, educação ou o que for. Tudo isso será afetado negativamente se você ter consciência dessa potência e não fizer nada para supera-la.

Lucas