domingo, 31 de janeiro de 2016

Porque eu tenho uma sirene

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                Pedalar pela cidade faz com que seus olhos se abram para pequenos detalhes que diversas vezes passam despercebidos quando estamos imersos no tédio e no cansaço de outros modais.
                A atenção proporcionada pelo pedalar faz você notar quando os outros veículos estão ali se afastando para passar um outro veículo com uma sirene ligada. Você também não vai passar, o ideal é dar passagem para o veículo com o sinal sonoro, afinal uma emergência/urgência pode está acontecendo naquele momento. E a sirene se aproxima... ambulância ou polícia? Qual seria daquela vez?
                Uma viatura da Polícia Militar cruza a avenida em alta velocidade com aquelas luzes vermelhas iluminando o espaço. Rapidamente passa pelo local que costuma ficar engarrafado, porque, afinal, está com a sirene ligada e provavelmente estará atendendo uma ocorrência.
                Já do outro lado da avenida a sirene é desligada e a velocidade reduzida. A viatura para e deixa alguém descer, bem arrumado, bem aparente. A pessoa desce, se despede das outras pessoas que estão dentro do veículo e segue andando tranquilamente pela calçada de uma das avenidas mais movimentadas, o veículo tranquilamente segue seu destino e o trânsito se ajeita para continuar... nada de grave, só nossas corrupções diárias.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Eu nasci assim

                Sozinho em uma parada de ônibus a noite é, aparentemente, um local interessante para conhecer um pouco mais de Edgar Morin e deixar os pensamentos fluírem, tentar deixar aquilo que te incomoda passar enquanto não chega o ônibus possivelmente lotado.

                Contudo, dessa vez, o ônibus estava vago: motorista, trocador, uma pessoa adulta e um jovem por volta dos seus 14 anos. Parecia uma extensão da parada de ônibus, a solidão perfeita para deixar que os pensamentos circulem livremente enquanto tentava ler um livro no movimento do ônibus.
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                Mas só parecia. Quase 10 minutos depois que entrei no ônibus o jovem chega próximo ao motorista fazendo o formato de uma arma de fogo com os dedos e fingindo que atira pelos cantos, até finge que atira no motorista depois de colocar a “arma” na cabeça de sua “vítima”.
                O jovem senta próximo ao motorista e o segundo pergunta:

— Aprendendo a ser perigoso?
— Aprendendo? Eu nasci assim, nasci perigoso. — disse o jovem.
— Tu é tão perigoso assim?

domingo, 17 de janeiro de 2016

Neste dia, quem é você?

                Neste dia... ...você já parou para pensar no que já aconteceu com você no dia de “hoje”, mas nos anos anteriores? Quem era você no dia de 2015, 2012, 2009, ..., até o dia que nasceu?
                Se você é um usuário assíduo do Facebook, assim como eu, que costuma expor parte da sua vida e ideias pode contar com o recurso “NESTE DIA” para ver tudo que postou nos últimos anos e em algumas vezes pode parecer constrangedor ver algumas ideias.
                Um exemplo disso é vejo que já postei dizendo que bandido bom é bandido morto, fui contra a legalização do aborto (já virou até texto aqui), disse que greve é perder tempo e tantas outras ideias que vão justamente ao contrário do que hoje defendo, mas o Facebook faz questão de lembrar de tudo isso, mas isso não é ruim e não há motivos para vermos tudo isso e simplesmente querermos apagar de nossas vidas.
                “Mas eu não sou mais aquela pessoa que falou tudo isso” você pode dizer e não estará totalmente equivocado, mas, em partes, você ainda é aquela pessoa que postou tudo aquilo, mesmo que não concorde com as ideias.
                Notemos que você nasceu sendo uma pessoa, cresceu sendo uma pessoa e ainda é essa pessoa. Qualquer pessoa amiga sua sabe disso, porque vai lembrar do seu nome e do que conhece da sua história, é você, mas ao mesmo tempo essa pessoa amiga sabe que você mudou e quando você olha para o passado sabe que mudou e, talvez, já não se veja naquela pessoa do passado.

Como pode ser você aquela pessoa do passado e ao mesmo tempo a pessoa de hoje?