quinta-feira, 24 de março de 2016

Desmilitarização da mentes

“A policia serve para manter o bem estar e a paz na cidade”

Fonte
Me pergunto se essa frase está certa, para garantir a paz e o bem estar precisamos de fardados armados circulando entre nós, para decidir o que é certo ou errado. Afinal o que certo ou errado, eles? Se eu estou parado na esquina, estou errado, se ando, estou errado, se estou sem fazer nada, tá errado e se eu pensar em responder é desacato.

A paz está onde a policia está? Aqui “nasareas” quando chega a tensão corre fundo de todos, sempre com suas armas em punho avisando pra se afastar e “ai” de quem entrar no perímetro. Estava tudo na paz tudo no bem estar, até eles causarem a tensão de sua simples presença.

Não lembro de quem me falou essa frase “a periferia é resultado do que a policia faz com ela”. Nada é por acaso, tudo é resultado um triste resultado, os fardados que estão na periferia não são os mesmos que estão nas áreas ditas nobres da cidade, alias, por que você tem esse titulo de nobreza? Eu também sou nobre. Posso ser até mais nobre que você, enfim. A verdade é que a policia não é preparada para sociedade que temos.

Fecho meu texto com um caso:

segunda-feira, 21 de março de 2016

5571: o número da impotência

                O que pode acontecer com o número 5571? Endereço, pedaço de um telefone, algum bilhete de loteria. É algo tão aleatório que poderá remeter a qualquer pessoa, qualquer lembrança. Em mim? A impotência. 5571 é o número da impotência.
                O que pode fazer um ciclista depois de pedalar seus 5km e 571m? Nada além de relaxar na noite do centro de Fortaleza, ou pelo menos deveria tentar. Contudo, o 5571 estava um pouco próximo e eu mal sabia de sua presença.
                Depois de pouco mais de um minuto e meio, que, em segundos, é pouco mais de 92 e em seus milissegundos equivale 5571, o 5571 chegaria próximo a mim. Noto que algo está se aproximando de minha bicicleta, mas não tenho tempo de definir com clareza o que é, só percebo que essa aproximação está inferior a distância de 1,5m, então estico o braço para mostrar a distância que preciso para ter uma segurança.
                Contudo, era o 5571 que ao ver meu braço levantado avança com toda velocidade, o que me obriga a retirar a mão com maior velocidade. Consigo manter o equilíbrio na bicicleta, então reclamo pela ação do 5571 e quando faço isso o 5571 logo grita “coloca a mão de novo para você ver”, “na próxima vez continua na minha frente”... que reação tomar ao ser ameaçado dessa forma e de outras? Não demora muito e ele está atrás de mim, mas o que fazer? Denunciar o que? Para quem? Sinto só aquela impotência do trânsito enquanto vai ficando para trás aquele 5571 estampado na pintura da viatura!

sexta-feira, 18 de março de 2016

Três anos de devaneios

Hoje o blog Devaneios Universitários está fazendo três anos e com algumas novidades que serão explicadas no vídeo:





Então é isso, agora temos dois autores no blog e esperamos conseguir construir textos cada vez melhores.

domingo, 6 de março de 2016

Até o dia 18...

Pessoas, ultimamente o blog Devaneios Universitários vem movimentando um bom número de visualizações e isso é algo que agrada bastante, porque, provavelmente, é um reflexo da qualidade das postagens e do cuidado que temos. Talvez não seja isso, talvez não tenhamos qualidade, mas ainda sim um grupo de pessoas estão frequentando esse espaço e isso merece atenção. 

Atenção para que as postagens sejam mais frequentes; atenção para que a qualidade não caia; atenção para não perder uma visão crítica, holística, sistêmica; atenção compartilhar as experiências vividas trazendo a sensação de estar vivendo também aquilo, em outras palavras, saber levar a realidade que envolva a pessoa por meio da escrita e é pensando nisso que iremos dar uma pausa.

O blog precisará parar por uns dias para fazermos modificações. Não sairá do ar, mas modificações irão ocorrer a todo instante, então se você olhar com atenção irá conseguir notar algumas, mas todas as modificações, esperamos, estarão divulgadas no dia 18 desse mês. Voltaremos no dia 18, nos aguardem...

sábado, 5 de março de 2016

Menino na rua

Andando pela Av. da Universidade, embaixo de uma leve chuva um jovem, negro, sujo, com roupa rasgada me aborda e pergunta se tenho algum trocado. Não tenho, mas o cumprimento, ele me dá um abraço e vai embora...

...um tempo depois o mesmo jovem me aborda na Av. Treze de Maio e lá estamos nós novamente. Ele não me reconhece, mas me cumprimenta e diz que acabou de sair da prisão e quer voltar para casa, mas não tem dinheiro nem para comer e mais uma vez me pede um trocado. Digo que não tenho, mas eu não tinha mesmo, e troco uma ou duas palavras com ele...

...dias depois estou andando pela Av. da Universidade e o vejo falando com alguém em uma parada de ônibus. Uma amiga que estava comigo diz que ele estava assaltando a pessoa e levanta seus argumentos, contudo não quero acreditar que o mesmo jovem que tinha trocado algumas palavras comigo estaria fazendo aquilo que ele disse que não queria fazer. Sigo meu caminho, mas aquilo fica na minha cabeça...

...ontem andando a noite pela Av. Treze de Maio adivinha quem encontro? O mesmo jovem ao lado de outro andando. Ele tenta me abordar, mas o pensamento de que ele possivelmente assaltou uma pessoa dias antes faz com que eu o ignore e siga no meu caminho. Contudo essa minha ação ficou perturbando minha mente: por que eu tinha feito isso? O que isso pode gerar? Quais as consequências da minha ação naquela pessoa?

...hoje andando pela Av. Treze de Maio adivinha quem encontro mais uma vez? Isso mesmo, o jovem. Dessa vez retiro uma simples cédula de dois reais e vou até ele para entregar. Ele me reconhece e digo que no outro dia não tinha nada para dar, mas dessa vez poderia ajudar. Converso um pouco com ele sobre que decisões tomar, sobre tomar cuidado com alguns caminhos e toda sua atenção olhando olho no olho mostra seu envolvimento naquela conversa. Mas eu sei... eu sei que uma cédula de dois reais não mudará em nada, não é de uma pequena assistência que ele precisa, mas foi o que deu para fazer...
Fonte


...depois de conversar com uma amiga pego minha bicicleta e sigo em direção a Av. da Universidade. Vejo o jovem comprando uma garrafinha de água com os dois reais. Talvez aquela simples assistência, aquela cédula de pouco valor tenha sido de muito valor e não tão simples naquele momento...