domingo, 12 de novembro de 2017

Um ensaio informal sobre hierarquia

Fonte da imagem
Não me sinto a vontade para dizer se hierarquias são boas ou ruins em determinados ambientes, porque não tenho leitura suficiente sobre o assunto, mas já tive a oportunidade de ler algumas pessoas falando sobre hierarquia e nos últimos anos conseguir ter uma vivência em algo que não existe uma hierarquia instituída, mas uma outra forma de organização, mais horizontal, que também funciona. Contudo, algo que tem me chamado a atenção é que mesmo na ausência institucional de hierarquia e em esforços para evitar o surgimento da hierarquia, a sensação da mesma pode existir e é sobre esse ponto que quero falar.


Acredito que assuntos que envolvem poderes sempre é algo interessante, porque está diretamente ligado com a forma como as pessoas vão interagir. Ora, se entre as pessoas que tenho um vínculo de amizade noto que temos igualdade de poderes, então me sinto mais a vontade para agir, contudo se por algum momento me sentir inferiorizado, talvez eu não consiga agir tão tranquilamente e pode ser que nem existam ações que me coloquem em um “patamar menor”, mas isso de alguma forma esteja comigo.

Notemos que boa parte das nossas relações, mais institucionais, existem pessoas em posições superiores e inferiores: na escola com diretoria, coordenação, corpo docente, corpo discente; na universidade com a reitoria, pró-reitorias, faculdades e centros, departamentos, coordenações de Cursos, docentes e discentes; religiões com suas lideranças sejam mundiais, nacionais, regionais ou locais; empresa com a chefia, divisões, gerências. Note ainda que boa parte de nós temos contato com isso desde cedo e crescemos no meio disso, ou seja, temos uma história de vida guiada em meio a hierarquias, logo não é de se espantar que em nossas estruturas esteja a hierarquia e com ela todo nosso histórico de vivências e sensações.

(Daqui para frente utilizarei conceitos apresentados na seção “Determinismo Estrutural e Linguagem” apresentados no livro “Cognição, Ciência e Vida Cotidiana” que possui textos do biólogo Humberto Maturana e foi publicado pela Editora UFMG)

Quando falo em estrutura estou querendo dizer que nós temos uma estrutura que nos forma, contudo isso não nos define, porque se nos definisse, a cada mudança estrutural deixaríamos de ser quem somos e ao acontecer isso nem nós mesmos seríamos capazes de nos reconhecer a cada mudança, mas isso não acontece, porque existe algo “maior” que permite que possamos nos identificar, ou seja, algo que não muda mesmo quando nossa estrutura muda. Sendo mudança estrutural desde o nosso visual até aprender alguma coisa.

Agora o que isso tem a ver com o assunto abordado inicialmente? Tem tudo a ver, porque se existe algo que precisa se conservar enquanto estou mudando, logo alguma coisa precisa definir o que pode ou não mudar minha estrutura para que assim se mantenha uma conservação que defina quem sou.  Algo que cada ser vivo carrega consigo e pode explicar o ponto que cada entidade está hoje é sua história de vida, ou seja, nossas estruturas mudam de acordo com o que já vivemos e buscando conservar quem somos. Em outras palavras, somos capazes de nos autoproduzir, autorregular e manter interações que nos modifiquem apenas se nossa estrutura permitir, isso é chamado pelos biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela de autopoieses. Mas o que isso tem a ver de fato com o assunto?!!! Nossa história de vida está repleta de hierarquias.

Ora, se nossa própria história de vida está repleta de hierarquia e essa história nos ajuda a definir nossas mudanças estruturais de modo que uma determinada parte de nós mesmos seja conservada, então é de se esperar que aceitemos mais facilmente uma organização hierárquica, porque ela já está em nossa estrutura com nossa história de vida, contudo o que acontece se retirarmos de nossas interações essa organização? Tentaremos mantê-la enquanto nosso organismo não aceitar ou entender que essa mudança não nos será destrutiva.

Isso é tão forte que podemos até saber disso, ter consciência, mas não quer dizer que iremos conseguir internalizar tão facilmente, porque precisamos quebrar com toda uma história de vida que nos empurra para um lado. Comentei no início que tive a oportunidade de nos últimos anos ter uma vivência sem hierarquia instituída, mas lembro claramente que nos dois primeiros anos (ou até a metade do segundo ano) eu sentia uma hierarquia. Não por existir hierarquia, mas porque eu estava há pouco tempo tendo essa vivência em relação a toda uma vida experimentando o contrário daquilo, então quando meu organismo começou a entender interações e ideias que estavam do outro lado, como um todo, foi quando a hierarquia começou a se desfazer em mim.

Olha o curioso, não estava institucionalizado, mas a forma como eu estava interagindo estava criando essa organização. A interação que garantia isso poderia surgir das mais diversas formas, desde eu me sentir inferiorizado, até um conflito mal resolvido que acabou virando confronto, a não exposição direta e sincera de ideias, sentimentos e por aí vai. Algo que já notei também  nessa vivência é quando um grupo quer tomar ações, a todo custo, que interferem no agir de outro, então esse grupo, de alguma forma, tenta desestabilizar alguém que represente um segundo grupo e esteja mais próximo ao primeiro por acreditar que essa pessoa representa uma barreira e esteja acima, ou seja, aparece um assédio moral ascendente, mas isso só existe, porque o primeiro grupo vê o segundo como superior, enquanto talvez não haja essa superioridade.

 E foi quando essa modificação estrutural aconteceu que tudo mudou, porque foi possível que eu entendesse que nenhum grupo que estava interagindo com o meu era superior ou inferior, mas estávamos em níveis diferentes por termos responsabilidades diferentes. Isso se aplica até no grupo que estava compondo a coordenação, não era superior ao que eu estava, apenas com responsabilidades diferentes e sabe qual foi o resultado disso? As relações melhoraram, porque todos tinham “poderes” iguais, mas cada um no seu nível e respaldados por um acordo comum. Em outras palavras, o grupo que eu fazia parte possuía autonomia de ações dentro do próprio grupo, mas também a responsabilidade das consequências, por isso não possuíamos autonomia total, porque os outros grupos também possuem suas autonomias. As ações que interferiam nas ações de outros grupos precisavam de decisões tomadas pelos grupos envolvidos, mas sem ferir o acordo comum a todos.


Entretanto, quando ainda sim queremos tomar ações que estão para além do nosso grupo, acabamos por desconsiderar outros grupos e isso é, de certa forma, a negação do outro. Ao fazermos isso não estamos utilizando de autonomia, mas sim de soberania, logo criamos uma hierarquia por meio de ações momentâneas, mesmo que ela não esteja institucionalizada. Entendamos que autonomia não é fazermos tudo que queremos, mas aquilo que nos é possível diante de certas condições e isso, não necessariamente é uma hierarquia. Assim, em nossas relações podem sim existir hierarquias definidas ou elas estarem na forma como estamos interagindo. 

Lucas Gonçalves Monte

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Diário de um suburbano: Um sábado.


As coisas acontecem do acaso, não sei o porquê, mas acontece, como se perder pelo centro de fortaleza atrás de uma loja que estava fechada, ou as tentativas de ser pegar um elevador, mesmo sabendo que não vai dar certo, ou um mano oferecendo um flor feita na hora de palha por 5 conto.

De fato não sabemos definir isso, o acaso, mas tudo tem uma conexão, do pagodão que estava tocando no passeio público ao sorriso da criança da tia que vendia água. Do furo do piercing ao tio que vendia “pau de selfe” (vish), Do alívio que se tem ao entrar num supermercado com ar condicionado ou de parar numa esquina e se perguntar: “o que nós tamo fazendo mesmo?”, “eu não sei”

E ficar agoniado também vale, com o pessoal que fica pulando da ponte para o atlântico ou problematizar o porquê a tia tava vendendo aqueles brigadeiros, e antes disso tudo ter uma d.r, e acabar com “man to com sede”. E ainda ter que ouvir uma galera explicando por D.R como ser um cristão e eu falar: “ man eu to doido pra falar”,  mas ela fala… “fica de boas Diego”.

As coisas do acaso da vida parece ser bastante interessante, como falei no começo do texto, e são coisa que não conseguimos explicar, falar ou ate escrever, só sentimos simplesmente.


Mas isso é a vida, é feita desses acasos simples e às vezes aleatório ou não, e o que importa é você viver o momento e (a)mar, e tchau também, sempre esperando que dias como esse se repita mais vezes com cenário de um por sol de sábado.


Foto: Diego
Foto: Diego

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Nós, homens, somos potenciais estupradores

Talvez eu esteja longe de estuprar alguém, talvez você esteja longe de estuprar alguém, talvez seu pai esteja longe de estuprar alguém, mas aqui não falo do indivíduo e sim de homens como um todo. No todo, tempos a potência de estupradores.

Para explicar isso vamos começar pelo português: ter potência significa ter a característica de potente, ter um poder e de um modo geral homens possuem esse poder para estuprar (não estou querendo dizer que todo homem vai fazer isso). "Mas mulheres também podem estuprar e já estupraram.", legal, mas vamos mudar de ponto.

Passando para um pouco de matemática: para verificarmos se homens são ou não possíveis estupradores precisamos pegar uma amostra de homens. Essa amostra precisa ser suficientemente grande e aleatória. Pense sobre esse grupo bem heterogêneo e esqueça você, seu pai, irmão e tio... você acha que esse grupo tem maiores chances de estuprar? Acredito que sua resposta será sim, porque de um modo geral há muito mais casos de assédios e estupros cometidos por homens do que por mulheres, ou seja, estatisticamente homens possuem a potência de estupradores. "Mas eu respondi a tua pergunta com um não", tudo bem, vamos para outra vertente.

Vamos falar de sociedade? Você entende que algo que aconteceu no passado é capaz de influenciar/afetar o presente né? Se você discorda disso, então provavelmente não aceitará que estamos aqui agora, porque somos o fruto de diversas interações do passado. Seja em qual for o sentido de pensamento da sociedade, o fato é que interagimos e vamos influenciando o que vem pela frente. Ora, viemos de sociedades patriarcais que valorizavam e desenvolviam habilidades de poder entre os homens e subjugavam as mulheres. Posso parar aqui ou precisa falar mais? Constantemente estávamos em sistemas que colocavam os homens em vantagens e isso trouxe um cenário onde o homem continua tendo essa vantagem, já que isso nunca foi quebrado de fato, ou seja, o homem tem diversas vantagens e isso nos dar potências. Montamos um sistema que além de dar potência para o homem faz isso em detrimento da mulher, logo reforça mais ainda nossa vantagem. Sério que você ainda acha que não temos a potência de estupradores?

Vamos ao grande problema disso tudo: não reconhecer que temos essa potência. Quando não reconhecemos isso deixamos de discutir o assunto, porque fingimos que ele não existe e ao fazer isso deixamos de encontrar possíveis estratégias que sejam eficientes na mudança da sociedade. O que precisamos fazer? Reconhecer que somos potenciais estupradores. Nós somos e é preciso reconhecer isso para refletirmos em cima dessa ideia e buscarmos as soluções necessárias.

Reconhecer essa potência não é crime algum e não afetará sua "honra", "dignidade", respeito, educação ou o que for. Tudo isso será afetado negativamente se você ter consciência dessa potência e não fizer nada para supera-la.

Lucas

segunda-feira, 6 de março de 2017

As margens do Rio Ceará...

No dia 04 de março, um sábado, pela manhã a Polícia Militar ocupa um espaço na Barra do Ceará (morro de Santiago) com a proposta de pacificar a região. “A medida faz parte da operação Ocupação – Marco Zero, deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), e está inserida nas ações do programa Pacto por um Ceará Pacífico. ” (Jornal O Povo).

Foi montado uma tenda, colocado bandeira e definido um plano de ações ostensivas para a região. Tudo para garantir a ocupação da PM. “Segundo [André] Costa [secretário de segurança pública], a escolha da Barra do Ceará tem um simbolismo, já que uma das teorias históricas diz ter sido lá onde Fortaleza nasceu, o chamado “marco zero”. ” (Jornal O Povo).

Dia 05 de março, um domingo, pela tarde eu estou no ônibus 051 – Grande Circular voltando de um almoço bem agradável e animado dentro do ônibus para chegar em casa e fazer um brownie vegano. Tudo certo até uma ação policial parar o ônibus. Um policial já chega gritando e mandando quem pulou a catraca descer (ninguém tinha pulado). Como ninguém se pronunciou começaram a escolher algumas pessoas para descer, até chega outro agente e diz para os homens descerem. Olha para algumas mulheres e escolhe algumas para descer também.

Desço do ônibus e vou para o canto tranquilamente até um policial chegar e gritar para eu colocar a mão na cabeça. Fico lá esperando ser revistado. Policial chega gritando no ouvido de todo mundo para olhar pra frente e eis que chega minha hora de ser revistado.

Com toda brutalidade desnecessária sou revistado e o tempo todo tendo que escutar palavras que incomodavam bastante. “Já disse pra abrir as pernas” e com dois chutes as pernas ficam mais abertas e sem equilíbrio fico torto. Depois da revista solto minhas mãos e antes de baixa-las já escuto “eu disse para baixar?! Todo mundo com mão na cabeça!”.

Imagem: Google Maps
Enquanto toda aquela agressividade se repetia com as outras pessoas e com quem passava de moto ou bicicleta fiquei olhando o Rio Ceará. Em meu momento de contemplação lembro-me que naquela mesma região começou a colonização do Ceará. O Capitão-mor Pero Coelho constrói na região o Fortim de São Tiago. Depois outro militar, Martim Soares Moreno, constrói outro forte no mesmo local que tinha sido o de São Tiago, o Fortim de São Sebastião. Durante esse período de ocupações militares na colonização, fortes foram bastante utilizados para garantir as ocupações.


Esses da região da Barra do Ceará tiveram dificuldades, porque tiveram que enfrentar a “agressividade” de indígenas. Eu prefiro dizer que foi a revolta do povo que realmente pertencia aquele local. Essa parte da história sempre me chamou a atenção, porque os grupos indígenas conseguiram derrubar os fortes e vencer esses militares. Esse foi meu momento de contemplação.

A contemplação acaba quando a PM manda o ônibus ir embora e a gente ficar, então um senhor praticamente implora para voltar ao ônibus e nesse momento consigo retornar ao veículo. Em uma última olhada para a região começo a notar que mais de 400 anos depois a história parece se repetir. Mesmas estratégias, praticamente as mesmas intenções, os mesmos discursos... quase irônico.


Logo em seguida alguém coloca para tocar no celular algumas músicas do Racionais, parecia a trilha sonora perfeita para o momento.
Lucas

sexta-feira, 3 de março de 2017

As (Des)vantagens de sair sozinho

Imagem: Bruna Freitas
Ano passado logo no começo eu chamei uma garota pra sair, ela disse não, e sabe o que eu fiz? Eu saí do mesmo jeito, ela não quis o meu programa de ir na ponte ver o por do sol sentar na faixa de praia e ver o oceano atlântico e desligar do mundo por umas três horas. Enfim eu acabei fazendo esse programa de boas eu acabei desligando do mundo não por três horas, mas por umas 6 horas.


Não sei muito bem o porquê a galera chama dar o bolo de coisas ruim, eu acho as vezes até legal, o bolo você fica até meio “triste” fica, ora! Você faz uma programação e na hora ver que não vai fazer aquilo que você tinha planejado com a pessoa, mas quando acontece isso comigo eu acabo fazendo as coisas que eu tinha planejado, oxe! O dia só tem 24 horas pra você ficar se remoendo por causa de uma bolo. Bolos são bons principalmente aqueles de chocolate, portando de a pessoas lhe der um bolo, coma! E o gelo? Esse sim é a pior forma de não querer falar mais com a pessoa, eu não sei o que se passa na mente desses seres, você passa tempos falando assuntos diversos por horas e tempos, e de repente, gelo, não fala mais, sumiu, e quando vocês se falam de novo a pessoa vem e fala: “ você tá sumido”, “ nem falou mais”, eu na boa não entendo. Então não de gelinho nos migo(as), isso não é bom, bate logo aquela “bad” da trouxice de que você criou expectativas, e sim você criou! E se você receber um gelo o que você faz? Não sei, eu ainda não cheguei nesse parte.

Nesses dias eu fiz uns programas,  (eu sou um jovem geógrafo bem barato) sai com uns amigos(as) lógico eu amei, gostei comi muito BOLO, cervas e cachaças, massa, o outro dia eu fui para o cinema, me peguei olhando para os lados  e não ter ninguém, mas porquê aconteceu isso? Sinceramente não sei.

As vezes você planeja pra ir para um local sozinho, vai sozinho, leva todo um aparato de coisas, um caderno, caneta e celular pra seila, registrar algum momentos, escreve algo, essas coisas que eu faço, enfim, você planeja tudo isso pra estar sozinho mas que na verdade você não quer está sozinho, você nem sabe com quem ou o que você quer estar, você só quer. Nesse momento você não ganha um bolo, você se bolo.

Mas afinal é carnaval ou pré carnaval, é pra você ficar de boas e se divertir, mas como? Você já parou pra pensar que tem gente que não gosta muito dessa festa. Eu por exemplo vou as vezes para os pré carnavais, mas não necessariamente significa que eu goste e queira ficar lotado de gliter (mas eu gosto). então se você me chamou para o carnaval ou para os prés e eu não fui, eu não lhe dei um bolo certamente eu falei que não iria e você acabou insistindo e mesmo assim isso não foi um bolo já que você já sabia que eu não ia, portanto se você não quer sair diga logo que NÃO, é simples rápido e ágil.

E você que leu até aqui pensando que eu já falar das vantagens e desvantagens de sair sozinho, não foi dessa vez porque esse conceito é muito amplo, pra mim sempre tem uma vantagem, e pra esse texto não acabar na bad eu chamei uma garota pra sair e ela aceitou não comemos bolo como eu tinha imaginado, mas comemos braunie.


E esse carnaval e em toda a sua vida, se uma mulher lhe dizer não, É NÃO! fique de boas e vá curtir sua festa.

Diego

domingo, 15 de janeiro de 2017

Corredor

Pelo corredor central eu a vejo
Com sua mochila, as vezes caderno na mão com seu óculos, grande óculos, sorrindo
Para no “Iguatemi” olha os vestidos e sai correndo


Eu to sempre ali, invisível, aos olhos dela.
Sentado quase sempre num banco onde tenho uma visão privilegiada do que ocorre no corredor.


As vezes tá um caos esse corredor.
É a tia dizendo que vai tacar um processo na universidade.
Os tios da limpeza falando de futebol, “quem é melhor? Ceará ou Fortaleza?”
Pessoas passando e nem se falando.


Já é a hora vou descer.
Passando pelos blocos
Vou até o final do corredor, paro pra beber água.
Vem o caos. Nossa é ela. O que eu faço? Falo? Não falo? Nada.


Fonte: UECE
“Ei man quanto tempo”
“Diga lá jovem”


Um abraço.
Um sorriso.
Um minuto com sensação de uma hora.
Que hora.
Um caos.


Não sei que termos são os dados hoje.
“A Chush” é assim né? Nem eu sei.
Eu segui meu caminho pelo corredor.
Voltei com olhar de quem procura aquele mesmo sorriso.


Mas não. Nossos caminhos não vão se encontrar assim tão fácil.
Afinal eu sou do G e ela é do L.
Mas todo dia faço esse trajeto.
Diego


sábado, 14 de janeiro de 2017

História, nossas histórias

Andando pelas ruas da cidade encontro um rosto peculiar. Com seus jeitos que pertencem só a si, falava e gesticulava mostrando a todas as pessoas ao seu redor quem era e até onde ia seu conhecimento de mundo. Um olhar mais atencioso deixava evidente que aquilo tudo não passava da superfície de todo conhecimento que estava presente naquelas falas.

Entre risadas e falas, aponta para mim e com um largo sorriso resolve me questionar. Pergunta o que faço ali e o que está faltando nas coisas que estão ao meu redor... desde objetos até mesmo o tempo. Basta apenas uma troca de palavras de trinta segundos para que eu note que eu estava envolta daquela energia ansiosa por histórias.

Começa falando sobre a importância de todas histórias. Sejam aquelas contidas nos livros, nas vivências cotidianas e até nas viagens ficcionais. Comenta como as mais diversas histórias são importantes e o quão é problemático uma pessoa não querer conhecer e entender tudo isso. De fato, são as histórias que compõe a nossa história de vida pessoal que vão construindo quem nós somos. As pessoas que estavam ao redor poderiam não entender exatamente isso, mas entendiam aquela forma de falar que chamava tanto a atenção.

E assim fiquei por 10 minutos ouvindo e falando, rindo, escutando as críticas, fazendo planos e convites. Contudo, diante de escutar pequenos trechos de vivências que iam tecendo um retalho de vida, não tive a oportunidade de compartilhar minhas histórias. Talvez eu nem tenha tentado fazer isso. 

Então esse é um momento de retratação e valorização do contar histórias, do fazer histórias, do próprio viver e compartilhar tudo isso. O curioso é que ao contar esta história eu já não sei definir se alguma parte é história ou estória, mas me parece que a composição fará parte da História, a minha História. 

Lucas

domingo, 8 de janeiro de 2017

E se...

Recomeços, principalmente em passagens de anos, puxam reflexões sobre o passado já concretizado. As vezes nesse processo de reflexão questionamos o próprio passado na expectativa de um presente diferente. Isso é bem fácil, basta você pensar “e se?”

E se eu tivesse ficado em casa?
E se eu não tivesse tentado?
E se eu adiasse o encontro?
E se faltasse tinta?
E se eu não fosse pedalar nesse dia?
E se eu não quisesse participar?
E se eu não tivesse me dedicado?
E se eu não mudasse?
E se eu não acreditasse?
E se...