E se...

Recomeços, principalmente em passagens de anos, puxam reflexões sobre o passado já concretizado. As vezes nesse processo de reflexão questionamos o próprio passado na expectativa de um presente diferente. Isso é bem fácil, basta você pensar “e se?”

E se eu tivesse ficado em casa?

E se eu não tivesse tentado?

E se eu adiasse o encontro?

E se faltasse tinta?

E se eu não fosse pedalar nesse dia?

E se eu não quisesse participar?

E se eu não tivesse me dedicado?

E se eu não mudasse?

E se eu não acreditasse?

E se...

E você começa nesse pensamento. Um “e se”, logo em seguida uma resposta, uma consequência dessa resposta, uma continuação e um novo presente se forma, mas algo não te anima, então “e se”, logo em seguida uma resposta, uma consequência dessa resposta, uma continuação e um novo presente se forma, mas algo não te anima, então “e se”...

É um processo que não para e mantém uma estrutura circular, desse modo você vai pulando de alternativa em alternativa buscando alguma que te agrade, mas parece que sempre falta algo e você não chega a nenhuma conclusão. É de se esperar que isso ocorra com as infinitas possibilidades que podem surgir nesse processe de reflexão.

(Imagem: fotolog "GRITOSDSILENCIO")

Tentando ser mais claro, você sempre estará buscando novas possibilidades para esse passado e você será capaz de fazer isso o quanto você sentir essa necessidade, mas acontece que você está no presente e o passado, como um passado deve ser, já foi, ou seja, o que falta para esse processo terminar é você reviver um passado que não irá ocorrer e nem que você conseguisse nesse atual presente repetir esse passado, você não teria garantia de satisfação, porque agora está no presente.

Reconheço que continua confuso, mas tão confuso quanto o “e se”. Relembre dos momentos que você usou o “e se” e diga-me se no fim você chegou a uma conclusão satisfatória sem se perder em uma angústia horrível, porque simplesmente nada daquilo vai acontecer, já está concretizado no passado e se tivesse acontecido o seu atual presente não existiria, então o seu eu atual fazendo essa reflexão simplesmente não existe.

E se eu não tivesse feito esse texto? E se eu não tivesse conversado sobre isso com a pessoa que inspirou o texto? E se eu nem tivesse conhecido essa pessoa? São respostas que não existem, porque já aconteceram, por mais que possamos tentar reverter isso, já era, aconteceu, então pare de se perder nesse eterno “e se” e siga...

Lucas