Para construir
uma cidade melhor é necessário voltar o olhar para áreas que pedem atenção há
tempos e são fundamentais no desenho citadino. Segundo especialistas ouvidos
pelo O POVO, Fortaleza precisa parar e começar a refletir sobre o modo de vida
que queremos ter nos próximos anos. Eles apontam cinco eixos que precisam ser
pensados “O planejamento tem que ter estratégias de ação, mas não em
perspectiva ideológica. Pensar a cidade com democracia, inclusão, criação de
oportunidades – onde seja levada em conta a cidadania em conceito amplo”,
pontua o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Bozarcchiello.
A oferta de itens
básicos – como saneamento e distribuição de água - são pontos fundamentais para
o crescimento ordenado do espaço urbano. De acordo com Bozarcchiello, o
abastecimento não acompanhou o crescimento da população. “Uma cidade desse
porte tem problemas até com o saneamento básico”, lembra. Essa ausência ou
precariedade nas condições de moradia, conforme explica Irlys Barreira –
professora do Departamento de Ciências Sociais da UFC - é um reflexo da
desigualdade social. “Acesso desigual a todos os bens: educação, saúde,
cultural. Não é só desigualdade de dinheiro, é desigualdade de oferta. A cidade
precisa permitir que essas pessoas tenham acesso à escola pública, à praça
pública”, diz.
Entretanto, para
que as massas possam frequentar esses equipamentos, é necessário que eles
estejam próximos. É nesse momento que o poder público deve atuar como
direcionador. Balizando quais estruturas devem estar em quais bairros, onde é
necessário ampliar escolas ou postos de saúde, quais áreas devem receber praças
e parques. Um dos entraves, conforme explicam os especialistas ouvidos pelo O
POVO, é que o capital privado direciona quais áreas de Fortaleza vão receber
atenção. Assim, ao invés dos bairros já nascerem com oferta e demanda, eles
acabam surgindo sem assistência.
Na falta de
estrutura adequada perto de casa, o cidadão se desloca mais. As pessoas
precisam fazer muitas viagens todos os dias, enquanto poderiam ter equipamentos
básicos perto de casa, conforme explica Amíria Brasil, mestre em
Desenvolvimento Urbano e professora de Arquitetura. “Em Fortaleza, temos
tratado investimentos em mobilidade urbana como investimentos em sistema viário
Para melhorar a mobilidade urbana é necessário que a gente invista em vários
tipos de transporte, e que a gente pense a distribuição das atividades de forma
que otimize os deslocamentos dentro da cidade”, explica Amíria.
Fonte: http://bit.ly/1kRoCIB
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