domingo, 18 de maio de 2014

Uma proposta de metodologia

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                Quando paramos para refletir sobre os problemas atuais da nossa sociedade vemos que muitos são decorrentes das correntes de pensamento individualistas que estão presentes em nosso meio e quando notamos isso temos o impulso de culpar essas ideologias, porém é necessário fazer uma reflexão mais profunda sobre o nosso meio.
                Podemos encarar cada ideologia como um meme, “uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros)” fazendo referência a Richard Dawkins, e essas ideologias que predominam atualmente e proporcionando esse individualismo existem há muito tempo nesse planeta e ao longo desses anos de existência tornaram-se cada vez mais complexas e fortes, o que dificulta a mudança de pensamento, porém não a torna impossível.

“O ser humano pode somente ser reformado mostrando-lhe uma ideia nova que supere a antiga e traga comandos próprios.” — Ralph Waldo Emerson

                É preciso fazer uma quebra na nossa forma de pensar e encarar as situações, mas qual seria o momento ideal para fazermos tal mudança? Talvez a resposta não seja fácil ou compreensível, porque não é possível “implantar” uma ideia em alguém, a pessoa é que tem que compreender aquilo e a partir daí ser capaz de construir uma nova forma de ver, o próprio indivíduo é que tem que ser o agente da sua mudança.
                Boa parte da nossa percepção e forma de pensar é consequência das nossas interações em sociedade. Passamos boa parte da nossa vida, ou pelo menos éramos para passar, dentro de uma escola e é lá que temos a maio parte das nossas interações, porque até boa parte das interações entre os amigos fora do ambiente escolar vêm do ambiente escolar, por isso as metodologias adotadas pelas instituições de ensino tornam-se essenciais na construção do modo de pensar do ser humano.
                Porém, infelizmente, a maior parte das instituições de ensino se utilizam de metodologias onde o aluno torna-se apenas um receptor do conhecimento e não um agente gerador de conhecimento. Para sustentar esse tipo de metodologia o aluno tem que aceitar que não é capaz de proporcionar conhecimento e que apenas seu professor é capaz de tal, desse modo colocando o professor em uma posição superior ao do aluno. Assim as escolas criam uma hierarquia que vai refletir até entre os estudantes.
                Colocando o professor nesse posto de superioridade faz com que o discente enxergue o “superior” como alguém que “sabe mais” e os métodos de avaliações escolares tentando quantificar o aprendizado de modo que pensem que isso é sabedoria e reduzindo sabedoria a apenas números faz com que os alunos entre si comecem a pensar que quem sabe mais é quem tem a maior nota, desse modo eles se hierarquizam entre si. Essa situação vai se repetindo durante toda a vida escolar e acaba se propagando em toda a sociedade.
                A metodologia escolhida pelas escolas tornasse um dos fatores fundamentais para manter o individualismo, por isso é nesse ponto que precisamos começar a atuar para pensarmos em causar alguma mudança na forma de percepção.
                As instituições de ensino precisam pensar em metodologias que levem em consideração a cooperatividade e a realidade do aluno. Pensando nisso as metodologias de Aprendizagem Cooperativa surgem como propostas de metodologias que podem ser escolhidas pelas instituições para proporcionar um aprendizado diferenciado.

                Um dos focos da aprendizagem cooperativa é justamente a interação entre grupos heterogênios o que permite que cada aluno possa compartilhar sua experiência de vida e conhecimentos diferenciados e isso auxilie o outro aluno desse grupo, que também vai compartilhar suas experiências.
                Esse grupo cooperativo consegue criar uma teia de interação onde os participantes tornam-se interdependentes entre si (interdependência positiva) e permite que o aluno consiga se enxergar como alguém capaz de proporcionar conhecimento ao mesmo tempo em que recebe. O professor sai da sua posição de superioridade e no mesmo patamar que o aluno, mais próximo dele, consegue compreender melhor a realidade do estudante tornando-se um facilitador do conhecimento ao invés da pessoa que tem total domínio sobre o conhecimento. Desse modo até o docente é capaz de adquirir mais conhecimento através das experiências dos seus alunos.

                Assim proporciona que a nova maneira de interação durante todo o período escolar se reflita na vida fora dela. A pessoa terá uma nova postura diante das situações, o individualismo já não será algo tão presente e ela tentará buscar a cooperatividade, porque se torna comum na vida dela e, talvez, uma postura que ela considerará ideal. 


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