domingo, 5 de julho de 2015

Jean Wyllys e Tico Santa Cruz falando sobre redução da maioridade penal

A ideia é colocar para dialogar e complementar a fala destas duas pessoas públicas. Atenção em especial para os trechos das falas onde são mencionados os sistemas da violência, as implicações e todo um contexto maior que existe por trás da pauta.



Jean Wyllys comenta a proposta de redução da maioridade penal
http://jeanwyllys.com.br/maioridadepenal/Embora, na percepção da violência, as pessoas tendam a achar que a participação de adolescentes pobres nos crimes contra a vida é grande - por causa do destaque que a imprensa dá a alguns episódios em que adolescentes aparecem como autores de crime contra a vida - as estatísticas dizem o contrário. A participação de adolescentes nos crimes contra a vida praticados no Brasil corresponde apenas a 0,13%. É uma participação muito pequena que não justifica a redução da maioridade penal. Em contrapartida, o Mapa da Violência mostra que a vítima preferencial, principalmente das forças repressoras do Estado, são, em especial, os adolescentes pobres e negros. Não é verdade que o adolescente infrator fica impune. Damos outro nome para punição: medida sócio-educativa. Se vocês visitarem uma dessas casas de "recolhimento" de adolescentes infratores, verão que não são diferentes das prisões. Você gostaria que uma lei fosse modificada e pusesse em modificação a formação do seu filho? Que seu filho fosse para uma "escola de crime" onde ele possa morrer durante uma rebelião? Ou gostaria que ele fosse recolhido em um espaço específico em que ele tenha uma educação para se reintegrar à sociedade?Precisamos ter empatia e nos colocar no lugar do outro. Devemos lutar por justiça, não por vingança! Eu #VotoContra171 porque #ReduçãoNãoÉASolução.
Posted by Jean Wyllys on Terça, 30 de junho de 2015




Estou defendendo bandido?
Posted by Tico Santa Cruz on Sexta, 22 de maio de 2015


Esperamos que as falas tenham contribuído de alguma forma para formar opinião, seja você apoiador ou contra a redução da maioridade penal.





2 comentários:

  1. É evidente que esse é um assunto muito delicado no qual se faz necessária uma reflexão no mínimo imparcial. Assim, tentando realizar o mesmo, chequei a umas conclusões que me preocupam. Se o jovem que na " TEORIA " é amparado pelo estado, é educado e obtêm oportunidades comete um delito, ele deve sofrer uma sanção disciplinar. Na qual passaria o seu tempo em um bem elaborado sistema de reeducação cívica, aprendendo e desenvolvendo os valores da sociedade. Porém percebo a cada dia que o nosso sistema não é tão belo assim, a nossa realidade é bem diferente. É obvio que não podemos jogar a culpa nas costas daqueles que cometem infrações, eles na sua grande maioria são reflexo do estado. Claro que se faz necessária medidas mais rígidas a aqueles que cometem crimes mais graves. Não vejo o porquê de um jovem que tem o poder legal de eleger os seus representantes, não estar apto a ser responsabilizado pelos seus atos. Um adolescente que comete um furto não deve apodrecer na cadeia sem perspectiva para um futuro, nem tampouco aquele que já cometeu diversos crimes " já matou “. Apesar de que “ EU ACREDITE “ que o mesmo não deva voltar as ruas de imediato, não se deve acreditar que se sairá impune de todos os seus delitos pelo simples fato de não ter idade responsável perante o estado. Porem esse mesmo adolescente não pode sair sem uma formação acadêmica, " SEM UM FUTURO ". O governo tem que oferecer uma educação de qualidade e uma melhora em todos os sistemas sociais que são de sua alçada, amparar seus cidadãos e desenvolver da melhor forma um crescimento cultural valorizando a vida e o convívio social.
    Estamos vivenciando tempos conturbados, e se faz sim, a necessidade de leis mais rígidas e favoráveis aos cidadãos, sei que apenas punir os infratores não é a solução. Mais já que os nossos governantes não disponibilizam educação, saúde, cultura e segurança, nos vemos em um beco sem siada. Acredito ingenuamente que a dobradinha (segurança e educação) seja a solução para os nossos problemas, além de uma drástica mudança nas nossas leis. Levando em consideração que elas foram feitas há mais de cem anos, precisamos que as nossas leis se enquadrem nas nossas necessidades atuais. De forma irônica sei que tudo isso só se fará possível com uma reforma política, até lá, qualquer solução consciente que reduza a violência é bem-vinda.
    Agradeço a todos que leram as minhas humildes palavras até o fim, peço desculpas se ofendi alguém ou se fui mal interpretado com algo aqui digitado.
    -- MINHAOPINIÃO --

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    1. Sentia falta de comentários, mesmo divergentes da minha opinião, bem construídos e respeitosos, mas sobre o assunto: realmente nosso sistema não é nada bonito, ele é feio, desumano e humilhante, mas não podemos tornar ainda pior e aceitar um sistema mais desumano ainda. Também não podemos utilizar a ideia de já poder votar aos 16 anos, porque esse voto é mais uma forma de experiência do que realmente a obrigação de votar, tanto é que ele pode votar, mas não pode ser votado ainda.

      Também concordo que o menor ao cometer um crime greve não deve voltar imediatamente a sociedade e nem o ECA concorda com isso, tanto é que possui como uma de suas medidas a reclusão em um ambiente de educação e ressocialização, não no sistema carcerário que tanto desrespeita e nada ressocializa. Então por que não aplicar o ECA de fato? Parece ser mais barato jogar no presídio do que educar e isso vai mais além, pois no debate sobre a redução já tinham falas de parlamentares defendendo a privatização do sistema carcerário, então nem a redução de fato temos e os representantes já pensam em sair pela tangente mais a frente.

      Achei interessante quando falou em formação acadêmica, porque o ECA também possui como medida um orientador que vai acompanhar tanto o jovem como a família, podendo até matricular o jovem e, como as medidas podem ser estendidas até os 21 anos, nada impede que isso culmine em uma Universidade, que precisa melhorar. Então não acredito na dobradinha (segurança e educação), acredito na tupla (educação, cultura, meio ambiente, qualidade de vida) e diversos outros fatores que precisam ser atingidos de forma igual e eficiente.

      No mais, obrigado pelo comentário e por proporcionar o debate.

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