sábado, 24 de fevereiro de 2018

A quem damos o futuro? Professores ou políticos?


Icó, cidadezinha pequena do interior  do Ceará, tombada pelo Instituto  do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e local de morada de gente que como eu passou a vida inteira olhando a beleza arquitetônica, o por do sol no Largo do Thenberge; porém, além disso, uma cidade que sofre com o mesmo cenário nacional de hoje, a retirada de direitos do povo. As imagens de ontem (22/02/18) se mesclam entre orgulho, pela junção de tantos movimentos sociais lutando pelos professores, pelo povo, pela educação básica de Icó; mas também de indignação e revolta pela forma com que ainda somos criminalizados por gritar a plenos pulmões que o que é de direito do povo, dos professores não será tomado!

A prefeita em exercício, autora do projeto que diminui a carga horária dos professores pela metade, se quer teve a empatia e a sensibilidade de olhar para aqueles que dependem deste único salário para sobreviver, e abro um parêntese aqui com o gosto amargo da indignação, vocês sabem o que é ver uma professora chorando porque não vai ter como pagar as contas? Sabem o que é ouvir um relato de uma professora falando que vai ter que vender dindim pra poder pagar as passagens do filho que estuda no Instituto Federal do Ceará, localizado no município de Cedro? Sabe o que é sentir que como futura professora, você pode ser aqueles que choram hoje por ter direitos pisoteados em sua cara, salário atrasado, ser recolocada pra locais a longa distancia de onde você mora? E ai eu coloco o slogan do atual governo do Icó, escolhido pela digníssima prefeita, “CIDADE FELIZ”... ou seria (in)feliz? E ai é com maior nó na garganta que lembro e revejo as cenas de ontem, gente de luta, sendo reprimida por um Secretário de Segurança TOTALMENTE despreparado, crianças sendo atingidas, uma senhora de 86 anos foi atingida com spray de pimenta, polícias rindo como se fosse satisfatório realizar esse tipo de ato e ai eu pergunto a vocês: reprimir povo que somente levou a voz como instrumento de luta é justo? É justo ter meu direito de ir e vir bloqueado a manda da prefeita e vereadores?

Ontem, aparentemente, eu fiz uma viagem no tempo, e adivinhe, vim parar em 1964, e acredite, os tempos sombrios não parar; mas como a luta também não para, e nunca deve parar, vos digo, LUTO pra nós, pros professores, pros movimentos sociais, pro povo em geral, é VERBO!!

Rita de Cássia Guedes de Lavor
Graduanda em Letras Espanhol (UAB/UFC)
Moradora da cidade de Icó - CE


Fonte: Desconhecida (Facebook)



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