sábado, 25 de janeiro de 2014

Roleplaying Game e a Pedagogia da Imaginação no Brasil - Sonia Rodrigues

Alguns trechos dos históricos de leitura que fiz do livro Roleplaying Game e a Pedagogia da Imaginação no Brasil na rede social Skoob:

"Obras violentas podem oferecer a oportunidade de viver, conhecer, avaliar a violência a distância, sem compromisso com a realidade vivida."  (Página 33)
"Qualquer jogo em si é oposto à seriedade, não no sentido do risível ou do cômico, e sim como uma suspensão temporária dos compromissos com o real. Ao mesmo tempo que é lúdico e não sério, o jogo demanda maior seriedade no respeito às regras e na característica essencial de absorver o jogador. O jogo é uma atividade voluntária, é uma escolha não obrigatória que se torna uma necessidade apenas à medida que provoca prazer. Não é tarefa, não é necessidade física, não é dever. O jogo também não é vida 'real'. É evasão da vida real para uma esfera temporária de atividade com orientação própria. O jogo ocupa um lugar e um tempo específicos, o que representa um recorte da vida real. Tem início e fim." (Página 43)
"Oral. Desde o texto bíblico, onde Deus fez o homem e disse 'Fala', a palavra em sua forma oral tem fascinado a espécie. Talvez por seu não compromisso com a verdade absoluta, pela possibilidade de desdizer, refazer o texto, pela possibilidade de usar os cinco sentidos e o corpo na expressão oral para completar significados. Oral é a palavra do discurso político que convence multidões e antecede a guerra. Oral é a expressão majoritária dos seres humanos através dos tempos. Oral é a forma de comunicação mais comum, mais espontânea, menos difícil, menos controlada. A primeira conquista da palavra pelo homem é a fala. No entanto, desde a infância o homem tem de resignar-se à articulação superior de quem lhe é superior. O adulto, o loquaz, o orador, o aedo." (Página 64) 
"Mil dificuldades são usadas como argumento para justificar a falta de repertório e precariedade de expressão das novas gerações no Brasil. As famílias estão cada vez mais pobres, o sistema escolar público destroçado, os educadores mal remunerados, desmotivados para promover a leitura. Tudo isto é verdade. É verdadeiro também que só com uma decidida vontade política estes problemas estruturais serão resolvidos. Acontece que, da mesma maneira que o baixo padrão aquisitivo não elimina a vontade de comer, também a ausência de estímulo oficial não impede a necessidade de sonhar, de falar, de comentar a realidade em que se vive. O ideal seria que todas as famílias convivessem com livros e contassem histórias para suas crianças. O ideal seria, também, que todas as manifestações artísticas fossem de fácil acesso à população e que essas manifestações fossem discutidas em casa, objeto de debate familiar. Isto, infelizmente, não acontece com a freqüência desejada. Alguns culpam a televisão e a cultura de massas por esta lacuna. Na minha opinião, é uma crítica injusta. Tudo é passível de debate. Novelas, gibis, letras de músicas de funk, enredos de escolas de samba, notícias de jornal. Leitura não é uma coisa limitada, uma atividade puramente intelectual." (Página 173)  
Espero que esses trechos tenham despertado a sua curiosidade para ler o livro.


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