quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um passeio pelo obsceno - Mario Sergio Cortella

Vivemos, todo ano, a ressaca pós-carnavalesca. Para muitos, chega ao fim o império da luxúria e da devassidão; para outros tantos, é o momento do reino da nostalgia e da sauda­de do futuro.

Alguns, já um pouco enfastiados com as li­bações etílicas, procuram recompor-se da sen­sualidade transbordada. Outros, avessos talvez à explosão das genitálias desnudas — ofertadas por milhares de ladies Godivas pós-modernas — regozijam-se com o término daquilo que en­tendem como o preâmbulo do apocalipse.

Carnaval, tempo de escândalos e prazeres? Entre seus despojos, ficam, ainda, as imagens do despudor público (o privado não) exibidas pelos jornais e pelas revistas e televisões. 

Face ao derramamento pictórico desta fase, é provável que as palavras mais proferidas te­nham sido, e continuem sendo, escandalosa, delícia, vergonha, indecente, gostoso, imoral. Parece até que o alerta feito por Jean-Jacques Rousseau no Emílio, quando diz que quem cora já está culpado; a verdadeira inocência não tem vergonha de nada, não foi bem assimilado.

Estes são tempos de discutir, de novo, o re­corrente tema do obsceno. E, conexo a ele, o impudico, o impuro, o imundo, o indecoroso, o pecado, o lascivo, o libidinoso, o pornográ­fico e (por que não?) a culpa.

Há não muito, esses epítetos foram aplica­dos às exibições de Josephine Baker, aos lá­bios do Mick Jagger, aos balanços de Élvis Presley, ao esvoaçante vestido de Marilyn Monroe, às composições de Raul Seixas, à nudez telenovelesca, às letras de rap, às saias da Wanderléa, aos filmes de Pasolini etc.

A propósito das tentativas de proibição, vale lembrar o próprio Pier Paolo Pasolini (tan­tas vezes identificado como personalidade es­candalosa) que costumava responder aos seus críticos dizendo que pecar não é praticar o mal; o verdadeiro pecado é não fazer o bem.

Toda vez que o debate sobre o obsceno se instala, ou há intenção de censura ao que for considerado imoral, não são poucos os que ar­gumentam que imoral é a pobreza, indecente é a fome, indecoroso é o salário mínimo (que, co­mo falava o saudoso cartunista Fortuna, não é nada, não é nada... não é nada!). Não há como discordar desse viés, mas, qual a natureza do obsceno? Pode-se definir o obsceno para além do campo econômico e político? Qual é o limite do lícito e do decente na lite­ratura, na arte, na liberdade de expressão, na religião?

Teria hoje Júlio II ficado espantado com o resultado do trabalho de Michelangelo na Ca­pela Sistina como ficou em 1512? E se olhas­se o exterior de uma de nossas bancas de jornais, exclamaria ele (como Cícero nas Catilinárias): O tempore! O mores!?

Sócrates foi acusado de impiedade públi­ca, Jesus de Nazaré foi denunciado pelo cri­me de escândalo, Galileu amargou uma re­clusão em função de sua heliocêntrica propos­ta indecente e Darwin, prisioneiro de escrú­pulos morais, reteve por muito tempo a divul­gação de suas conclusões. Todos eles, de al­guma maneira, foram obscenos para seu tem­po. E hoje, o que é, de fato, obsceno?

Stendhal conta que uma princesa, ao co­mer voluptuosamente um sorvete numa noite muito quente, disse: Que pena não ser pecado!

Mario Sergio Cortella






2 comentários:

  1. CONSCIÊNCIA CRISTÃ

    OS INCONSCIEMTES DESCONHECEM O NOSSO JUIZ CPMUM,O JUÍZ QUE NOS VIGIA PERMANENTEMENTE:

    VIVA JESUS!


    Bom-dia! queridos irmãos.

    A verdadeira paz começa em nosso íntimo, em nosso coração, pela consciência tranquila.

    O juiz que nos vigia permanentemente é a nossa consciência: não tem como negar nossos defeitos, enganos e crimes para nós mesmos.

    O que estamos fazendo quando pensamos que ninguém está vendo? É interessante percebermos o que fazemos quando não em público ou ninguém está nos fiscalizando fisicamente, mas espiritualmente sempre há alguém que nos acompanha – e há também o juiz que nos fiscaliza dia e noite, que é a nossa consciência.

    Allan Kardec perguntou ao Espírito de Verdade onde estão escritas as leis de Deus, e ele respondeu de pronto: Na consciência.

    A vida é feita de escolhas. Não chamemos de destino as consequências de nossas próprias escolhas. Cada um é livre para escolher de acordo com o que aprendeu, dentro do contexto de sua história de vida atual e espiritual.
    Ninguém começou no berço, já existíamos antes da fecundação de nosso corpo físico. Somos um eterno vir a ser, uma semente de luz e inteligência em germinação no Universo de Deus. Não estamos acabados, estamos evoluindo e progredindo a cada dia, a cada ano, a cada experiência. E errar é aprender, tendo como consequência a educação do espírito. Portanto, Deus não nos castiga, mas Sua lei nos guarda e cobra reparações, agora ou no futuro.

    Tudo o que somos está ancorado nas escolhas que fazemos, no que elegemos para nossa vida. Somos o senhor livre que escolhe a melhor escravidão ou melhor liberdade para nossa vida.

    Quantas coisas elegemos para nossa vida que não valem a pena! Vamos limpar a despensa do nosso coração. Devemos desalojar e expulsar os lixos e tranqueiras que acumulamos ou que o mundo, fruto do nosso meio, contribuiu para juntar, limpeza essa para que Deus possa esparramar suas coisas santas e puras em nosso coração renovado. E o perdão é a licença divina para usufruirmos saúde e paz.

    Dificuldades todos temos, e quase todos os dias. A grande questão é como agimos diante dela e não como reagimos.

    Queremos vencer os processos enfermiços da mente, queremos ir buscar a cura para nossa alma, senti-la senhora de si e serena. Sejamos o médico de nós mesmos, o sacerdote de nossas vidas – não sejamos vítimas de nós mesmos. Sejamos senhores da fé que nos cura.

    Cuidado com os desvios do caminho. Quando estamos no caminho equivocado – e isto ocorre rotineiramente com todos –, quanto mais andamos nele, mais tempo vamos despender para retornar ao caminho da paz e da harmonia, que é o caminho do bem e da saúde.

    Quando alimentamos nossa coragem na transformação interior, no conhecimento de nós mesmos, estamos vencendo os medos. E com fé e altruísmo como parceiros em nosso dia a dia, passamos a derrubar os muros das misérias e do egoísmo, construindo pontes de solidariedade e amor em nossos relacionamentos humanos.

    Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

    (DT.29.4) PORÉM, O SENHOR NÃO VOS DEU CORAÇÃO PARA ENTENDER, nEM OLHOS PARA VER, NEM OUVIDO PARA OUVIR, ATÉ AO DIA DE HOJE.
    Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/o-juiz-que-nos-vigia-permanentemente/#ixzz4yhC3kCr8






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  2. CONSCIÊNCIA CRISTÃ

    OS INCONSCIEMTES DESCONHECEM O NOSSO JUIZ CPMUM,O JUÍZ QUE NOS VIGIA PERMANENTEMENTE:

    VIVA JESUS!


    Bom-dia! queridos irmãos.

    A verdadeira paz começa em nosso íntimo, em nosso coração, pela consciência tranquila.

    O juiz que nos vigia permanentemente é a nossa consciência: não tem como negar nossos defeitos, enganos e crimes para nós mesmos.

    O que estamos fazendo quando pensamos que ninguém está vendo? É interessante percebermos o que fazemos quando não em público ou ninguém está nos fiscalizando fisicamente, mas espiritualmente sempre há alguém que nos acompanha – e há também o juiz que nos fiscaliza dia e noite, que é a nossa consciência.

    Allan Kardec perguntou ao Espírito de Verdade onde estão escritas as leis de Deus, e ele respondeu de pronto: Na consciência.

    A vida é feita de escolhas. Não chamemos de destino as consequências de nossas próprias escolhas. Cada um é livre para escolher de acordo com o que aprendeu, dentro do contexto de sua história de vida atual e espiritual.
    Ninguém começou no berço, já existíamos antes da fecundação de nosso corpo físico. Somos um eterno vir a ser, uma semente de luz e inteligência em germinação no Universo de Deus. Não estamos acabados, estamos evoluindo e progredindo a cada dia, a cada ano, a cada experiência. E errar é aprender, tendo como consequência a educação do espírito. Portanto, Deus não nos castiga, mas Sua lei nos guarda e cobra reparações, agora ou no futuro.

    Tudo o que somos está ancorado nas escolhas que fazemos, no que elegemos para nossa vida. Somos o senhor livre que escolhe a melhor escravidão ou melhor liberdade para nossa vida.

    Quantas coisas elegemos para nossa vida que não valem a pena! Vamos limpar a despensa do nosso coração. Devemos desalojar e expulsar os lixos e tranqueiras que acumulamos ou que o mundo, fruto do nosso meio, contribuiu para juntar, limpeza essa para que Deus possa esparramar suas coisas santas e puras em nosso coração renovado. E o perdão é a licença divina para usufruirmos saúde e paz.

    Dificuldades todos temos, e quase todos os dias. A grande questão é como agimos diante dela e não como reagimos.

    Queremos vencer os processos enfermiços da mente, queremos ir buscar a cura para nossa alma, senti-la senhora de si e serena. Sejamos o médico de nós mesmos, o sacerdote de nossas vidas – não sejamos vítimas de nós mesmos. Sejamos senhores da fé que nos cura.

    Cuidado com os desvios do caminho. Quando estamos no caminho equivocado – e isto ocorre rotineiramente com todos –, quanto mais andamos nele, mais tempo vamos despender para retornar ao caminho da paz e da harmonia, que é o caminho do bem e da saúde.

    Quando alimentamos nossa coragem na transformação interior, no conhecimento de nós mesmos, estamos vencendo os medos. E com fé e altruísmo como parceiros em nosso dia a dia, passamos a derrubar os muros das misérias e do egoísmo, construindo pontes de solidariedade e amor em nossos relacionamentos humanos.

    Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

    (DT.29.4) PORÉM, O SENHOR NÃO VOS DEU CORAÇÃO PARA ENTENDER, nEM OLHOS PARA VER, NEM OUVIDO PARA OUVIR, ATÉ AO DIA DE HOJE.
    Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/o-juiz-que-nos-vigia-permanentemente/#ixzz4yhC3kCr8






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