domingo, 1 de março de 2015

A arte de pedalar

                Pedalar é quase uma arte, não o ato de pedalar em si, mas pedalar pela cidade, pois é algo tão “difícil” e magnificamente desafiador quanto fazer malabarismo. Não faço malabarismo com claves, bolas ou outros objetos; faço malabarismo para me manter equilibrado sobre duas rodas enquanto carros, ônibus e motos tentam me derrubar.
                Tudo bem, estou exagerando, alguns não tentam derrubar o ciclista, mas muitos conseguem e por diversos motivos. Boa parte das vezes por não reconhecer a bicicleta como um veículo, porém o nosso código de trânsito reconhece a bicicleta como um veículo e no chassi do quadro existe uma numeração que identifica sua bicicleta, pode procurar que acha, geralmente fica próximo do selim (fica a dica anotar para caso seja assaltado identifica-la quando ver).

*Se é um veículo deveria fazer teste do bafômetro?
*Se é um veículo deveria ter habilitação para ciclista?
(Questionamentos que me fizeram e achei interessante)


                Voltando ao texto, é fato que pedalar em uma grande cidade expõe a pessoa ao risco constante e também é fato que boa parte dos ciclistas não possuem o material de segurança necessário, ou por não ter condições de comprar, ou por desconhecimento, mas ainda sim, mesmo que esteja todo equipado, isso não dá direito a qualquer outro veículo passar pelo ciclista quase o acertando (aqui no Ceará é o popular “fazer a fina”), porque, equipado ou não, basta um grande deslocamento de ar para derrubar o ciclista e uma queda sempre é um risco alto.


Willian Cruz / Vá de Bike
                O que estou querendo dizer é que não precisa encostar na bicicleta para derrubar o ciclista, basta apenas um veículo grande passar em uma velocidade considerável ao lado do ciclista e ele terá grandes chances de cair de sua bicicleta, então 1,5m seria uma distância mínima para se dá ao ciclista, mas se possível for até uma distância maior dependendo da situação.
                Em situação de congestionamento, onde os veículos estão se deslocando lentamente não é tão necessário essa distância (experiência), até porque não é possível para o motorista dar esse espaço, mas se você estiver atrás do ciclista lembre-se da máxima “MATENHA DISTÂNCIA”, essa continua valendo.
                Em faixas exclusivas para ônibus é onde até eu tenho dúvidas. Segundo agentes de trânsito da AMC, a bicicleta, por ser um veículo, não pode transitar em faixas exclusivas para ônibus, então devem percorrer o outro lado da via, mas é algo que minha experiência em cima do pedal não ver com bons olhos, pois se um outro veículo passa ao seu lado desrespeitando a distância de 1,5m você tentará a puxar a bicicleta para o lado esquerdo, mas desse lado tem o meio fio que costuma ser mais alto que a calçada do outro lado da vida e logo em seguida já temos a “outra mão” da via e se você for um daqueles destros ao “extremo” (como eu sou) tenderá a puxar a bicicleta, em uma situação de tensão, para o lado direito, que é o lado mais familiar, só que nesse lado está o veículo que passou ao seu lado, então, por conta disso, infelizmente temos que ir pela faixa de ônibus.
                E como resolver fazer quando o ônibus estiver vindo? Ultimamente tenho dado sinal positivo para o motorista e tento sinalizar o espaço que preciso e quando dá até peço para dividirmos o espaço, dessa forma consegui espaço quase todas as vezes e ainda conheci motorista que respeitam ciclistas ao máximo. O próximo passo é fazer o mesmo com taxistas, pois frequentemente quase sou derrubado por taxistas.
Gazeta Online
                Mesmo eu tendo já testado algumas coisas a dica mais eficiente é: notou o perigo? Pare a bicicleta e saia da pista, por pior que seja quebrar o ritmo é melhor fazer isso que ser atropelado.
                E como garantirmos mais direitos para o ciclista? Pedale... pedale cada vez mais e quando um direito seu for retirado reflita, mantenha a calma e faça algo de forma inteligente, até uma postagem no seu Facebook reclamando já é uma medida inteligente. Dependo da situação, criar um “caos” até é necessário, quando uma vez que retiraram a ciclo-faixa por causa da obra e eu tive que descer da bicicleta, colocar ela na entrada da obra e impedir a entrada de uma carreta até que o responsável pela obra aparecesse, o que não demorou, afinal esse pequeno ato fechou um dos cruzamentos mais movimentados.
                No geral, pedalar traz a sensação de liberdade, mostra os mínimos detalhes da cidade que passam despercebidos; pedalar faz você se sentir vivo, faz conhecer pessoas e arranca sorrisos; faz você ter prazer em suar e o vento no rosto aliviar; pedalar traz riscos, mas é somente um trisco do que lhe tem a proporcionar.

                Então, meus amigxs, peguem suas bicicletas e tomem as ruas!





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